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Estado e Capital esquecem cadeira aberta no Consórcio

Palácio dos Bandeirantes e prefeitura paulistana não enviam representantes em reuniões na entidade

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
08/09/2019 | 07:00
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Divulgação


 Iniciada em 2017, a atual legislatura de prefeitos decidiu abrir espaços oficiais para o governo do Estado e para a prefeitura da Capital no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC com objetivo de estreitar diálogo em torno de projetos regionais. Passados dois anos e oito meses, as cadeiras cedidas ao Palácio dos Bandeirantes e ao Executivo de São Paulo estão vazias.

No começo, João Doria (PSDB), então prefeito da Capital, prometeu indicar o secretário adjunto das Prefeituras Regionais, Fábio Lepique, para o posto. Antes, o então governador Geraldo Alckmin (PSDB) havia encaminhado o subsecretário de Assuntos Metropolitanos Edmur Mesquita, iria representar o governo paulista no colegiado do Grande ABC. Doria deixou a prefeitura para Bruno Covas (PSDB), concorreu ao governo do Estado, se elegeu em disputa acirrada contra Márcio França (PSB). Neste meio tempo, o assento não foi mais ocupado.

Nas últimas reuniões mensais, nenhum representante formal do Estado ou da administração paulistana compareceu ao encontro para tomar lugar à mesa, salvo quando há pauta temática. Por exemplo, na terça-feira, o secretário-chefe da Casa Militar e Coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Walter Nyakas, esteve na entidade para revelar os planos estaduais no combate e prevenção de deslizamentos em época de chuvas.

Outros episódios chamam atenção na relação. Na mesma terça-feira, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) se comprometeu a detalhar aos prefeitos todos os processos de construção do piscinão Jaboticabal, na Capital, mas com impacto direto para cidades do Grande ABC. Nenhum dirigente do Daee compareceu. A alegação foi incompatibilidade de agenda, o que foi informado somente no dia da assembleia.

Secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado, Alexandre Baldy havia dito que, no início de agosto, iria ao Consórcio para explicar os motivos da troca do modal da Linha 18-Bronze do Metrô, de monotrilho para BRT (sigla em inglês para ônibus de alta velocidade). Foram dois cancelamentos, poucas explicações. Somente na sexta-feira nova data foi definida: Baldy estará na entidade na quinta-feira.

Curiosamente, Estado e prefeitura disseram ao Diário que somente no mês passado receberam convite para participar de conselho consultivo do Consórcio Intermunicipal – grupo de discussão fomentado pelo atual presidente do colegiado, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB). A administração paulistana até informou quem vai indicar para o bloco: o secretário-executivo de Assuntos Federativos, Ricardo Trípoli (PSDB), ex-deputado e candidato derrotado ao Senado no ano passado.

O Consórcio confirmou os convites e disse que aguarda nomes que poderão fazer parte do conselho. Sustentou que há boa relação da entidade com o Palácio dos Bandeirantes , mesmo que o conselho ainda esteja em formação.

O mesmo informou a Secretaria do Estado do Desenvolvimento Regional. A pasta, liderada pelo presidente paulista do PSDB, Marco Vinholi, alegou que tem dialogado intensamente com os 645 municípios do Estado e que esteve reunido diversas no Consórcio. O Estado complementou que, independente da cadeira na entidade, o Consórcio mantem relação estreita com o governo.




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