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No Sítio Cassaquera, um cemitério familiar

A menina Eloá, assassinada há um ano no Jardim Santo André, e Fredy Kunz, o padre Alfredinho, falecido em 2001, estão nele sepultados...

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
30/10/2009 | 00:00
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A menina Eloá, assassinada há um ano no Jardim Santo André, e Fredy Kunz, o padre Alfredinho, falecido em 2001, estão nele sepultados. E o Cemitério Jardim Santo André, na Vila Humaitá, ocupando parte do antigo Sítio Cassaquera, constitui-se no que podemos chamar de um cemitério familiar. Particular e familiar.

Explica-se: antes de tornar-se cemitério, por meio de decreto municipal de 1978, a propriedade de quase 197 mil m2 foi uma espécie de casa de campo da família do casal de portugueses Manoel Augusto Fernandes e Maria Izabel Fernandes, que chegaram ao Brasil em 1917, radicando-se no então Bairro dos Meninos, em Rudge Ramos.

Na segunda metade da década de 1940, o casal Fernandes adquiriu a área do Sítio Cassaquera, na então Estrada do Sertão dos Beber, zona rural de Santo André. E pelos anos seguintes a propriedade foi visitada frequentemente pela família, que se recolhia a uma imensa casa que sobreviveu até poucos anos atrás.

Antes de falecer, em 1957, o patriarca Manoel comentava entre os seus o desejo de destinar a área a um conjunto habitacional moderno. O empreendimento não saiu. A Prefeitura planejou desapropriar a área para a edificação de um novo cemitério municipal. A cidade precisava disso. Num segundo momento, a Municipalidade concordou em abrir mão do projeto, desde que a família projetasse e construísse, por conta própria, um novo cemitério, o que de fato ocorreu.

O primeiro sepultamento ocorreu em 12 de junho de 1982. A família Fernandes sempre esteve à frente do empreendimento. Hoje o cemitério é administrado por três primos que são neto e bisnetos de Manoel e Izabel. Anualmente a família se reúne coletivamente no cemitério. Individualmente, todos vêm muitas vezes ao local durante o ano. E até mesmo um museu dos Fernandes está sendo formado no prédio da administração do cemitério, com documentos e móveis antigos da família, alguns trazidos de Portugal. Também o museu caracteriza o viés familiar do cemitério.

No DIÁRIO ONLINE de hoje três descendentes diretos do Sr. Manoel e de Dona Izabel contam esta história pela primeira vez.

VILA ASSUNÇÃO

Ainda no quadro Memória do Diário Online estamos mostrando os dois baners que contam a história dos 100 anos do Cemitério da Saudade, em Santo André. A história do cemitério é ilustrada com imagens da menina Vanilda, do ex-escravo Januário de Camargo, do padre Luiz Capra e do aviador Natalino Carife, todos ali sepultados.

O primeiro sepultamento foi de Lourenço Franceschi, ocorrido em 17 de junho de 1909. Ele ocupa o jazigo 1 e, segundo a história oral, Lourenço trabalhou na construção do muro do cemitério.

MEMÓRIA NA INTERNET - Programa 20: Um cemitério familiar em Santo André. Entrevistados: Altimar Augusto Fernandes (neto dos patriarcas Manoel e Izabel), José Augusto Chaddad Ferrão e César Augusto Fernandes dos Santos (bisnetos). Editor do DIÁRIO ONLINE, Marcelo Ruiz; imagens e edição, Eduardo Donato; apresentação, Ademir Medici. Acesse: www.dgabc.com.br ; depois, clique VIDEO e GRANDE ABC MEMÓRIA.

AMANHÃ EM MEMÓRIA

Os Fernandes reunidos no Sítio Cassaquera em 1953.

O 10º Congresso

Em 6 de novembro o professor José de Souza Martins guiará os participantes do 10º Congresso de História do Grande ABC ao canal remanescente da rede de canais de drenagem do Tijucuçu, construídos pelos escravos da Fazenda São Caetano no século 18 (1754 a 1769).

A visita se estenderá às ruínas da antiga capela de São Caetano, construída entre 1717 e 1720 na Praça Ermelino Matarazzo, antigo pátio da sede da Fazenda de São Caetano.

O 10º Congresso de História do Grande ABC será realizado de 3 a 6 de novembro em São Caetano. As inscrições estão abertas. São gratuitas. Informações na Fundação Pró-Memória, responsável pelo Congresso. Ou pelo site www.fpm.org.br/; 4223-4780.

ALMANAQUE

João Leite de Oliveira Caçapava

Nascimento: Caçapava (SP), 30 de outubro de l856.

Vereador: 1917 a 1919.

Falecimento: Guarulhos, 5 de julho de 1936.

Propagandista da República. Farmacêutico. Antes de ser vereador em Santo André, foi vereador em Tietê (SP). Carlina Caçapava de Mello, nome de escola no Bairro de Santa Terezinha, é sua filha.

Bóris Artemtchouque

Nascimento: São Paulo, 30 de outubro de l930.

Vereador: 1964 a 1974.

Partidos: PRT e Arena.

Veio para Santo André em 1949. Trabalhou na Matarazzo, foi comerciante e corretor de imóveis.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS

Terça-feira, 30 de outubro de 1979

Manchete - Para Arraes (Miguel, ex-governador de Pernambuco, cassado pelos militares), Amazônia é uma colônia americana.

De volta ao Brasil e em visita ao Grande ABC, Miguel Arraes sugere para o País um governo popular.

Habitação - Começam obras de casas na favela de Vila Palmares, em Santo André.

São Caetano - Inaugurado o posto de puericultura Dona Antonia Braido Dal'Mas, no Bairro Fundação.

Editorial - Secretário da Segurança traz desesperanças.

Mauá - Festa da emancipação terá desfile de fanfarras.

Futebol - Domingo, em Limeira: Independente 2, Santo André 1. Competição: semifinal da Divisão Intermediária.

São Bernardo - Escola Wallace Simonsen é a campeã dos 14º Jogos Escolares.

Acidente - Fogo, pânico e fuga no Sanatório Palmares, de Santo André.

EM 30 DE OUTUBRO DE...

1969 - General Emílio Garrastazu Médici, eleito pelo Congresso Nacional, assume a Presidência da República. Entra em vigor a nova Constituição.

1974 - Regulamentada a Lei do Silêncio, na cidade de São Paulo.

HOJE

Dia do Balconista, Dia do Comerciário, Dia do Fisiculturista,Dia Nacional do Ginecologista e Obstetra e Dia do Lobinho (iniciante do Escotismo).

SANTOS DO DIA

Geraldo de Potenza, Germano, Lupércio, Marcelo (mártir), Vitório e Zenóbia (ou Cenóbio).

Germano foi bispo de Cápua de 516 a 541, ano de seu falecimento.




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