Política Titulo São Bernardo
Debate jurídico pode atrasar redução do salário de Morando

Legislativo analisa se há dispositivo legal para efetuar mudança no contracheque do tucano

Por Humberto Domiciano
do Diário do Grande ABC
30/05/2017 | 07:00
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Montagem/DGABC


A redução de salário desejada pelo prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), pode atrasar por questões burocráticas e jurídicas. A intenção do tucano é a de que os vencimentos sejam diminuídos dos atuais R$ 30.625,77 para R$ 25.604,69.

Apesar de o projeto, de autoria do Poder Legislativo, ter sido publicado no boletim informativo da Câmara, a medida ainda depende de pareceres da diretoria jurídica, que deve direcionar o formato da iniciativa. Esse fato pode fazer com que a votação ainda dependa desse trâmite para acontecer no plenário. O principal impasse colocado está na constitucionalidade da medida.

Conforme o Diário apurou há um entendimento de alguns juristas de que possíveis alterações nos vencimentos do chefe do Executivo não poderiam ocorrer durante o mandato, enquanto uma outra corrente acredita que a jurisprudência disponível sobre o tema autorizaria não só a redução, como também acenaria positivamente para a retroatividade do ato (neste caso válida entre maio e janeiro de 2017).

Outro ponto que ainda está sendo analisado, por parte da Prefeitura, é a existência de salários maiores do que a quantia estipulada pelo Executivo.

Para o presidente da Câmara, Pery Cartola (PSDB), a Casa está cautelosa com o assunto. “Nosso (setor) jurídico está tomando o maior cuidado para não jogar fora a boa vontade do prefeito, de trazer economia ao erário”, definiu. Na visão do tucano, Morando pode adotar outros procedimentos para justificar o ato. “Para que o Poder Legislativo não atrapalhe o gesto honroso do prefeito, ele não precisa esperar a burocracia jurídica, poderia fazer como o prefeito da Capital (João Doria), já que as gestões são parecidas, e fazer um gesto retornando a diferença aos cofres públicos ou até doar para uma instituição de caridade”, analisou.

Se a medida for aprovada pelos vereadores, dentro do formato desejado pela gestão tucana, o pedido de redução salarial deve gerar economia de R$ 5.021,08 mensais e de R$ 60.252,96 até o fim do ano, estando dentro da política de austeridade nos gastos implementada desde o início da atual gestão, em janeiro.

Atualmente, o salário do prefeito de São Bernardo é maior que o do presidente da República (R$ 27,8 mil) e do governador de São Paulo (R$ 21,6 mil). A elevação dos ganhos mensais do prefeito foi aprovada pelo ex-prefeito Luiz Marinho (PT), em março do ano passado. 




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