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Diadema promete vetar superlotação em CDP
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
18/11/2005 | 08:31
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A Prefeitura de Diadema garante que ficará de olho para que o CDP (Centro de Detenção Provisória) da cidade, inaugurado quinta-feira, não fique superlotado, como ocorre com as unidades de Santo André e Mauá. "Um dos requisitos para a desapropriação do terreno era de que a população do entorno tivesse máxima segurança", afirma a secretária de Defesa Social de Diadema, Regina Miki. O CDP tem capacidade para 576 presos. Número de vagas que ameniza, mas não acaba com o déficit da região, agora de 478 presos nas unidades prisionais masculinas.

A unidade entregue quinta-feira, segundo o Secretário Estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, deve abrigar "num primeiro momento" somente detentos de Diadema. A partir de segunda-feira, o CDP começará a receber os cerca de 360 presos provisórios de Diadema espalhados pelo Estado. Depois, presos de outras unidades do Grande ABC poderão ser transferidos para Diadema. "É nosso interesse que os presos de Diadema sejam ressocializados aqui", ressalta a secretária Regina Miki.

A Prefeitura chegou a embargar a obra do CDP, às vésperas das eleições municipais, no ano passado. Na época, a briga de Diadema era justamente para que a unidade recebesse somente presos da cidade. O Estado, no entanto, ganhou recurso na 2ª Vara Criminal de Diadema, e deu continuidade às obras.

O secretário estadual Nagashi Furukawa acredita que, caso os índices de criminalidade baixem como ocorreu em Diadema, não será preciso a construção de nova unidade prisional na região. "Em Mauá, com a construção do CDP de São Bernardo, já conseguimos reduzir para cerca de 700 presos. Com a inauguração de Diadema, a situação deve ser amenizada", afirma Furukawa.

O CDP de Mauá, com capacidade para 576 detentos abrigava quinta-feira 766 homens. Na recém-inaugurada unidade de São Bernado, 802 detentos estão em instalações construídas para 768. A situação mais crítica está em Santo André, com 1.155 pessoas onde deveriam ficar 512.

Estrutura – A princípio, 30 agentes penitenciários, armados de espingardas calibre 12, estarão incumbidos de impedir fugas e rebeliões no CDP de Diadema. Número de funcionários que deve aumentar de acordo com as transferências de presos.

O prédio, que custou mais de R$ 11 milhões, tem 5.952 m² construídos. Conta com circuito interno de TV, com 60 câmeras de monitoramento e, em breve, deve ser equipado com aparelho raio-X, para monitorar visitantes dos presos.

As 576 vagas estão distribuídas em 12 raios, com 48 vagas cada. Também há pátios em todos os pavimentos. A unidade de cinco andares, depois de Mauá, é a segunda vertical no Estado. O que previne fugas por meio de túneis (a maioria dos presos não fica no térreo).

Durante a semana, em horário comercial, o CDP deve receber todos os detidos nos Distritos Policiais de Diadema. "Esperamos que não tenhamos problemas graves com esse CDP", torce o delegado seccional da cidade, Sérgio Abdala. O CDP é o 32º inaugurado no Estado desde 2000.

Fugas – A Secretaria de Administração Penitenciária aposta na conscientização dos funcionários para evitar que se repitam casos como o ocorrido na última terça, no CDP de Mauá, quando detentos armados fizeram um refém e, dentro da carceragem, chegaram a trocar tiros com policiais militares do lado de fora. "Mas não é sempre culpa dos funcionários. Algumas vezes, são os visitantes dos presos que trazem as armas", argumenta o secretário.

Furukawa reconhece os problemas do sistema carcerário. "Passamos em menos de cinco anos de 53 mil para 120 mil presos no Estado. É natural que haja problemas quando se abriga 40% dos presos do país. Mas evoluímos. Hoje, o índice de fugas é de 0,10%, semelhante a países como a Inglaterra", afirma.




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