Os deputados federais Luciana Genro (RS) e João Batista de Araújo 'Babá' (PA), membros da 'ala radical' do PT, visitaram nesta quarta-feira à tarde o terreno da Volkswagen invadido pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) em Vila Ferrazópolis, São Bernardo. Os dois parlamentares disseram que a invasão de propriedades é uma maneira "legítima" de pressionar o governo por moradia e emprego. Babá foi ainda mais longe e culpou o governo Luiz Inácio Lula da Silva pelo crescimento das invasões no campo e nas cidades.

A deputada Luciana Genro, representando oficialmente a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal, quis constatar a situação e a preservação dos direitos de todas as famílias acampadas. "Queremos garantir os direitos das pessoas permanecerem, pois a área está há muito tempo desabitada e sem função social. A ocupação é uma forma legítima de pressão para que governos arrumem saídas. Viemos trazer apoio e solidariedade."

Babá propôs a desapropriação da área se for comprovado que ela pertencente à Volks. O deputado voltou a criticar o modelo econômico adotado pelo governo federal. "O governo Lula precisa abandonar o modelo neoliberal, não podemos gastar dinheiro com amortização de dívidas e juros, pois está faltando para os investimentos sociais. Com a vitória do Lula, os trabalhadores estão lutando por seus direitos, a mobilização vai continuar."

Luciana e Babá andaram pelo acampamento e participaram de uma assembléia ao ar livre com membros do movimento e outros políticos locais presentes. Praticamente todos os acampados foram ouvi-los.

Os dois deputados se encontraram no acampamento com o vereador Aldo dos Santos e o ex-deputado Wagner Lino, indentificados com a esquerda do PT, e com a deputada estadual Ana do Carmo, voto declarado do presidente Lula e membro do Campo Majoritário - a corrente do presidente no partido. Vários outros políticos petistas e do PSTU também estiveram no acampamento.

Quase todas as habitações improvisadas no chão de terra ainda continuam com lonas e plásticos pretos, mas algumas das barracas já estão virando barracos, com estrutura de chapas de madeira e cobertura de telhas. Durante todo o dia, pequenas quantidades de madeira continuaram entrando no local.