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Pirataria inibe a criação de
2 mi de empregos por ano
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
21/01/2011 | 07:21
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Não fosse o aumento de 20% na comercialização de produtos pirateados no País, o saldo de empregos formais em 2010 seria quase o dobro dos 2,5 milhões contabilizados. Estima-se que a atividade impediu a criação de 2 milhões de vagas durante o ano passado.

Segundo a Fecomercio-RJ (Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro), apenas os itens falsificados do segmento de moda foram adquiridos por 16,8 milhões de brasileiros no ano passado, número maior que a população do Estado do Rio de Janeiro.

Os preferidos da população são calçados e bolsas, comprados por 4,9 milhões de brasileiros, seguidos por óculos (4,4 milhões), roupas (3,9 milhões) e relógios (3,4 milhões). Entretanto, os artigos campeões da falsificação ainda são os CDs e DVDs.

Mesmo sabendo dos malefícios originados por esta indústria, como o desemprego e a criminalidade, o preço mais baixo é o fator determinante para levar esses itens para casa na opinião de uma legião de consumidores.

PREJUÍZO - A ABCF (Associação Brasileira de Combate à Falsificação) estima que o Brasil perdeu US$ 24 bilhões com pirataria no ano passado em impostos não arrecadados e perdas para as companhias. A cifra é 20% maior do que a registrada em 2009.

Segundo o advogado Pedro Antonio Mochetti, que atua em investigações, a cidade de São Paulo é a que mais alimenta o mercado da pirataria no País. "Os principais fornecedores são fabricantes da China, Coréia , Colômbia e Paraguai. Têm empresas que só trabalham em cima das encomendas dos brasileiros", diz o especialista e diretor da ABCF.

Na região, São Bernardo, Santo André e Diadema lideram a venda de itens contrabandeados e falsificados. Mochetti destaca que próximo do Paço são-bernardense encontra-se facilmente cigarros, roupas, tênis, CDs, DVDs e softwares não originais.

Apenas 10% desses produtos são apreendidos pelas autoridades. "Muitas fábricas de calçados estão dispensando funcionários, assim como os setores de autopeças, devido ao avanço desse crime."

O advogado pondera que uma das alternativas para inibir a atividade seria aumentar a pena para o crime de falsificação, contrabando e descaminho. O projeto para alterar o Código Penal já é analisado pelo governo.




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