Após auxiliar na formação da executiva do partido aliado, o PT de Santo André estuda fechar coligação proporcional com o PSD. A estratégia seria para salvar a reeleição do vereador José de Araújo (PSD), fiel escudeiro do governo municipal e que aceitou dirigir o diretório local – depois de deixar o PMDB – ao lado de secretários da administração, além de confiar no maior potencial eleitoral à chapa. A proposta ainda é preliminar, mas já tem gerado insatisfação interna. Isso porque o ajuste pode, na conta de alguns petistas receosos com a possível parceria, reduzir a bancada petista, hoje com cinco representantes.

O PSD está, pelo menos por enquanto, esvaziado de pré-candidatos renomados à vereança, tendo apenas o parlamentar como expoente político, o que indica poucas alternativas de quadros. No sétimo mandato, Araújo tem histórico de votação expressiva. Em 2012, última disputa eleitoral no município, por exemplo, o ex-peemedebista obteve 5.303 votos. Conforme planejamento, se ele mantiver percentual de adesões das urnas, estará eleito no ano que vem. Contudo, em eventual encolhimento de crivo pelo lado petista, o pessedista teria condições de, ao invés de ajudar a ampliar o número de cadeiras, ‘tirar’ uma vaga da ala.

Presidente do diretório do PT andreense, o deputado estadual Luiz Turco confirmou que “existe possibilidade” de a coligação se consolidar em 2016, mas ponderou que “nada ficou sacramentado”, mencionando que “ainda é cedo para bater o martelo”. “Não tem essa situação fechada neste momento. Iniciaremos agenda (de discussões) na segunda quinzena de janeiro. Formamos comissão eleitoral que se reunirá para debater composição de chapa. Nosso plano é garantir (pelo petismo) o mínimo de cinco cadeiras que temos hoje”, disse, ao acrescentar que os 12 partidos da coligação participarão do desenho proporcional. “Veremos de qual forma podemos fazer maioria na Câmara.”

No pleito anterior, a chapa petista angariou 73,7 mil votos, a mais lembrada no primeiro turno e que assegurou, por consequência, a maior bancada do Legislativo. Articulador do Paço, o secretário de Governo, Arlindo José de Lima (PT), afirmou que a condução do processo continuará nas mãos de Turco na tentativa de, ao menos, reproduzir resultado alcançado em 2012, quando o PT conseguiu retomar o poder do Paço (no quinto mandato à frente do Executivo), após quatro anos de hiato. “Abriremos essa discussão (da proporcional). Não será esgotada agora. Em janeiro é que aprofundaremos esse debate”, adicionou.

Não está descartada a hipótese de Araújo ser o único representante do PSD na chapa mista, diante do cenário de coligação com o PT, que, atualmente, possui 47 nomes inscritos para concorrer a assento na Câmara. A cúpula petista ainda precisará definir critérios de corte para ajustar a quantidade de postulantes a 32. Essa decisão também deverá ser tomada até fevereiro.

Araújo não foi localizado para comentar o assunto.