Grandes redes varejistas de artigos e materiais de construção aproveitam a prorrogação da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor e o mês de férias para fazerem promoções.

As campanhas prometem impulsionar as vendas para o período. Os descontos variam entre 20% e 50%, dependendo do produto. "Em julho é comum fazermos liquidações, uma vez que as pessoas aproveitam as férias para reformarem a casa. Depois das vendas de final de ano, julho é nossa segunda melhor data", explicou Marcelo Roffe, diretor de mercadorias e marketing de produtos da rede Construmega (que envolve as bandeiras Telhanorte, Pro Telhanorte e Center Líder).

Segundo ele, o inverno também impulsiona os consumidores a apostarem nos artigos de decoração e acabamento, além da aquisição de luminárias e aquecedores, por exemplo. O imposto menor irá ajudar a rede no faturamento. Será uma oportunidade para quem queria reformar a casa, avalia Roffer. "Será um bom mês", resumiu.

A rede C&C também aposta no mês de julho. "Como a carga tributária no Brasil é muito grande, (o desconto no tributo) é um incentivo para o setor no quesito vendas. Casar com isso julho - mês de férias e inverno -, só poderá trazer bons resultados", comentou Mauro Florio, diretor de marketing do grupo, que também promove ofertas não só para os materiais básicos, como também para artigos de metais, eletrônicos e do setor de acabamento e decoração.

A Leroy Merlin também não fica de fora. Com única loja na região instalada em São Caetano, a empresa colocou em promoção itens como cortinas, almofadas, lenhas, lareiras, chuveiros, aquecedores e itens de iluminação. "Sempre fazemos esse festival de inverno. Para melhorar o desempenho ainda podemos contar com a redução do IPI para alguns materiais, o que com certeza, irá nos favorecer", afirmou o diretor da loja no Grande ABC, Paulo César Ferreira.

SETOR - As vendas de material de construção no varejo cresceram 5,5% em junho, tendo como base o mesmo período de 2008, segundo levantamento da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) - entidade que representa as 138 mil lojas do setor existentes no País.

Na comparação de junho sobre maio deste ano, o desempenho foi 4% maior. Já no acumulado do ano (janeiro a junho sobre o mesmo período do ano passado), o setor cresceu 1,3%.

Com a redução tributária, as vendas dos produtos cresceram 10% em junho e, no acumulado de abril a junho, 12,5%.

Segundo o presidente da associação, Cláudio Elias Conz, com o tributo menor incidente sobre materiais de construção, produtos como o cimento, tinta e cerâmica tiveram uma retração média nos preços de 8,5%.

"As lojas tiveram que trabalhar com um preço médio, porque os estoques ainda estavam com mercadorias com o IPI antigo e, em contrapartida, o consumidor já estava solicitando o desconto no balcão. Agora, que mais de 50% dos estoques antigos já giraram, a tendência é a de que os preços destes produtos caiam ainda mais para o consumidor final", prevê o presidente da Anamaco.

Quanto ao anúncio feito pelo Governo Federal no último dia 29 sobre a prorrogação da desoneração para os produtos do setor até o final de dezembro, Conz comentou que o objetivo para esse segundo semestre é baixar o imposto dos itens não beneficiados pelo atual pacote.