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Transferência de renda pode demorar até quatro meses

Burocracia dificulta acesso da população que
precisa do Bolsa Família, do governo federal

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
20/03/2015 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


A burocracia é um dos empecilhos para famílias em situação de pobreza e que desejam receber o Bolsa Família, do governo federal. Isso porque o tempo de espera para que a transferência de renda comece a ser realizada para a população é de, em média, quatro meses. Em reportagem publicada na edição de ontem, o Diário mostrou que nem todas as pessoas que se encaixam no perfil do programa são beneficiadas. Em todo o País, há 150 mil sem acesso ao Bolsa Família.

Em visita à região para ministrar aula inaugural para alunos do campus São Bernardo da UFABC (Universidade Federal do ABC), a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, tentou justificar o prazo para que as famílias tenham acesso ao recurso federal.
Não estamos falando de pegar dinheiro do bolso de alguém e pagar. Estamos trabalhando com sistema que opera dados de 50 milhões de pessoas. Por exemplo, cada criança tem que estar na escola, caso contrário, não pode receber. Além do perfil de renda, existe conjunto de requisitos que a gente verifica. Acho que é isso o que o País espera de nós.”

Tereza destacou o caso da auxiliar de limpeza desempregada Ana Paula dos Santos, 34 anos, moradora do núcleo Fazendinha, no Parque Miami, em Santo André. Segundo a ministra, a mãe de sete filhos, sendo seis moradores do barraco de madeira de um cômodo, é exemplo de núcleo familiar que acaba na pobreza extrema após passar por transtorno, como a perda do emprego. “Ela está desempregada desde dezembro, então, nem que a gente tivesse achado a família no primeiro dia, estaria recebendo o benefício, porque há o prazo para cadastrar”, destaca.

Para a ministra, além da busca ativa, realizada pelas prefeituras para identificar a população potencial para ser inserida no Cadastro Único da Assistência Social, é fundamental o trabalho de inserção dessas famílias em programas que garantam desde qualificação profissional e melhoria da renda, acesso a crédito e formalização, no caso dos empreendedores. “A gente tem tarefa grande de encontrar essas pessoas dentro dessa floresta urbana. Você acaba tendo que fazer trabalho de formiguinha, que precisa ser permanente.”

A região tem 66,1 mil famílias cadastradas no programa federal. Entre 2003 e 2013, 13,3 mil grupos deixaram de receber o benefício após melhoria de renda. 




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