Prefeito de S.Bernardo requer 30 dias adicionais para responder questionamentos do MP sobre redução da alimentação
O governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), pediu mais 30 dias ao Ministério Público para responder aos questionamentos feitos pelo promotor Jairo Edward de Luca sobre o corte na merenda para rede pública de ensino.
O prazo para apresentação de justificativas da medida adotada em fevereiro se encerrou nesta semana. A administração petista tinha um mês para apresentar, detalhadamente, os motivos que levaram à adoção da redução da distribuição de alimentos aos alunos do sistema municipal.
Além de pedir esclarecimentos à Prefeitura, o MP encaminhou a todas as escolas da rede pública ofício perguntando se concordam com a redução da merenda aos alunos. Boa parte dos diretores dos colégios já respondeu e defendeu o regresso da política anterior.
Até o ano passado, estudantes do período matutino tinham direito a café da manhã e lanche no intervalo das aulas. Para crianças do período vespertino, almoço e lanche estavam à disposição. Agora, apenas a refeição dos intervalos das aulas é servida. A medida afetou diretamente 80 mil alunos da pré-escola e Ensino Fundamental.
Ao MP, no fim do mês passado, Marinho alegou que a redução da merenda obedeceu a critério técnico, embasado em números, apontados por nutricionistas, visando diminuir índice de obesidade infantil. O petista também declarou que havia casos de desperdício de alimentos em algumas unidades de ensino. Embora afirme que não vai rever o plano, algumas escolas, principalmente no pós-balsa, retomaram a alimentação normal, com duas refeições oferecidas por período de estudo.
O vereador de oposição Pery Cartola (SD), que se reuniu na quarta-feira com o promotor Jairo Edward de Luca, disse estar otimista com relação à ação do MP. “Vi que não estamos sozinhos nesta briga. O Ministério Público tem se mostrado muito imparcial e atuante”, declarou o parlamentar, que, ao lado de outros vereadores de oposição, realiza visitas em colégios para colher depoimentos de pais de alunos e diretores sobre o corte na merenda. O pedido de investigação do caso, por exemplo, foi assinado pelo presidente do PPS municipal, vereador Julinho Fuzari.
É na Câmara que a população tem mostrado indignação com a decisão de Marinho e da secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), de reduzir a oferta de merenda nas escolas. Foram várias sessões em que munícipes estiveram presentes para protestar contra a medida. Até mesmo a base de sustentação do prefeito no Legislativo não escondeu o mal-estar causado pela opção de Marinho. Vereadores governistas, inclusive do PT, já pediram a revisão da decisão.
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