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GCMs ratificam roubo
de dinheiro na mala
Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
02/09/2011 | 07:00
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Em depoimento ontem à 1ª Promotoria de Justiça Criminal, os guardas-civis municipais Vilmar de Souza e José Paulo Costa, de Santo André, confirmaram que havia dinheiro dentro da mala roubada nas dependências do estacionamento do prédio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos. Os guardas afirmaram que logo após a execução do registro de ocorrência surgiram comentários de que o assalto envolveu R$ 70 mil.

Segundo relato dos GCMs, não perguntaram sobre a quantia real diretamente ao condutor do Audi A3 roubado por acreditarem que ele iria registrar boletim de ocorrência na sequência, na polícia. Inclusive, ofereceram viatura para conduzir o dono do automóvel à delegacia, porém a vítima não aceitou ajuda e explicou o desinteresse em fazer o BO sob a alegação de que o dinheiro já estava perdido e os guardas não iam conseguir pegar os bandidos.

A vítima do crime, ocorrido dia 13 de junho, foi o empresário Alberto Jorge Filho, dono da construtora São José. A empresa possui negócio na cidade. Ela está projetando empreendimento residencial e comercial Jardim Park House, na Avenida Industrial, 780. A obra está irregular, inclusive, sem alvará de construção. A administração ressaltou que fez o papel ao seu alcance, de aplicar multa às empresas que atuam na área. Porém, a acusação corrente é de que a punição irrisória seria apenas para manter aparência.

Os GCMs disseram ao promotor que o secretário de Obras, Alberto Casalinho, desceu ao estacionamento Multipark e acompanhou todo o ocorrido, após o roubo, ao lado da vítima. Segundo eles, mesmo sem reparar se havia grau de intimidade entre o empresário e Casalinho, o secretário ofereceu água a Jorge Filho por perceber que a vítima estava bem nervosa em razão do crime. E os viram juntos só posteriormente no saguão do espaço.

De acordo com a Promotoria, o próximo passo será ouvir na quinta-feira a própria vítima. Além disso, depois das oitivas, abrirá novas linhas de investigação: as recepcionistas e motoristas da Secretaria de Educação, que também funciona no prédio da Sosp, que visualizaram a dinâmica do crime. Os bandidos procuravam a mala que estava no carro, rejeitando a primeira dada pelo condutor.

Pelo depoimento, ficou claro, segundo o MP, que a maior preocupação do motorista era com o dinheiro roubado. Curiosamente, quando instado pelos guardas sobre seus dados pessoais (nome e endereço, por exemplo), Jorge Filho disse que não podia falar, mas podia escrever diretamente no RO da GCM, para não ser reconhecido publicamente.

Casalinho não foi localizado para comentar o assunto. O vereador andreense Israel Zekcer (PTB) defendeu o indicado na gestão Aidan Ravin (PTB), mas sugeriu a averiguação. "Está claro que foi armação política. Não tinha nada a ver com o secretário." Segundo o petebista, o titular da Pasta sempre passou confiança. "Ele está conosco (governo) desde a campanha (em 2008) e nunca demonstrou agir de forma desonesta."




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