Setecidades Titulo Tragédia
Volpi isenta Prefeitura e classifica morte como tragédia

Prefeito de Ribeirão diz que adolescentes usam espaço de forma irregular

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
22/12/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


O prefeito de Ribeirão Pires, Clóvis Volpi (PV), declarou ontem ao Diário que a Prefeitura não pode ser responsabilizada pela morte do estudante Guilherme Ferraz Romanha, 11 anos, e que prestará assistência à família da vítima.

A criança jogava futebol no Estádio Municipal Vereador Valentino Redivo, na Vila Gomes, com amigos, quando foi atingida por raio no fim da tarde de quinta-feira.

Volpi soube do ocorrido apenas no início da manhã de ontem, pela televisão. "Quando vi as imagens, reconheci o campo. Foi uma tragédia. Tecnicamente não há responsabilidade da Prefeitura no caso. A família não mora em Ribeirão Pires, mas por condolência estamos checando as necessidades para prestar assistência."

O prefeito não soube precisar quais auxílios a administração municipal garantirá à família do estudante. O assunto é conduzido pela Secretaria de Promoção Social.

O chefe do Executivo informou que a área não será fechada e que é difícil controlar o acesso de adolescentes. "O pessoal diz que é estádio, mas, na realidade, é um campo de várzea aberto. Não temos controle de quem joga."

O campo é utilizado por equipes filiadas à liga de futebol da cidade, que recebe prévia autorização da Prefeitura para realização de partidas oficiais. Segundo Volpi, esses times já recebem orientação da Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer para não participarem de jogos durante o verão por conta dos riscos causados por temporais. O problema é que, quando inativo, adolescentes usam o local de forma irregular. "Eles pulam o alambrado. Tem um caseiro no local, mas não respeitam."

Ontem, a equipe do Diário esteve no local. Os portões estavam abertos e um homem praticava corrida.

Em nota, a Prefeitura informou que, desde o início do mês, não há registro de agendamentos de jogos. A administração informou que irá verificar como os moradores têm tido acesso à área.

Riscos

A chance de uma pessoa escapar com vida após ser atingida por raio é praticamente nula. A descarga chega à cabeça e é transmitida para todo o corpo. Geralmente deixa pernas e pés queimados. "É como se fosse uma pancada muito forte que dá sensação de tremor. As células são destruídas. Os órgãos são danificados. Sobreviver seria um milagre", explica o cardiologista da Faculdade de Medicina do ABC Adriano Meneghini.

Já quem está próximo de quem recebe o raio - como foi o caso do jovem Ederson Tomás da Costa, 14 anos - é menos afetado pela descarga, que se dissipa pelo chão e é recebida pelos pés. "O choque pode causar arritmia transitória e desmaio. Mas depois a pessoa acorda. Raramente há ocorrência de sequelas."

Meneghini explica que o raio não cai espontaneamente do céu, e sim a Terra que o atrai. "Basta ter qualquer situação que propicie magnetismo. Quando alguém corre em campo aberto com tempo seco, o atrito com o ar produz voltagem. Se o céu estiver carregado, o raio vai procurar exatamente onde existir carga positiva", sustenta Meneghini.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;