Internacional Titulo
Bush diz que poucos soldados torturaram presos iraquianos
Por Da AFP
08/05/2004 | 14:10
Compartilhar notícia


O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou este sábado que somente poucos soldados americanos no Iraque cometeram abusos contra prisioneiros iraquianos. "Estes últimos dias, os Estados Unidos e o mundo conheceram a conduta chocante de alguns poucos soldados americanos nas prisões iraquianas", disse Bush em discurso transmitido pelas emissoras de rádio do país.

"Esses indivíduos tinham recebido a responsabilidade de vigiar iraquianos detidos pelos americanos, de uma maneira humana e decente, de acordo com a lei americana e a Convenção de Genebra, sobre prisioneiros de guerra", manifestou. "Ao invés disso, vimos imagens vergonhosas de prisioneiros submetidos a abusos e humilhações. Essas práticas não refletem nossos valores. São uma mancha na honra e na reputação de nosso país", afirmou.

"Pouco depois de que essa informação foi conhecida por nossos soldados, foi aberta uma investigação. Hoje há várias investigações oficiais em curso conduzidas por militares de alto patente. Alguns soldados já foram acusados de crimes. Descobriremos todos os fatos e exporemos todos os abusos", prometeu. "Os que estão envolvidos serão identificados. Responderão por suas ações. Vamos controlar todos os estabelecimentos penitenciários no Iraque para garantir que esses incidentes degradantes não voltarão a ser repetidos", declarou Bush.

"O que aconteceu nessa prisão iraquiana foi cometido por uma pequena quantidade que não reflete a qualidade de cerca de 200 mil soldados que serviram no Iraque desde o começo da operação Liberdade do Iraque", destacou o dirigente.

A polêmica sobre os maus-tratos domina os Estados Unidos a seis meses das eleições presidenciais, em que Bush enfrentará o democrata John Kerry, senador por Massachusetts. O candidato democrata lançou a responsabilidade do incidente ao presidente Bush, e exigiu a demissão do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld.

"Nosso país enviou soldados ao Iraque para libertar esse país, devolver a soberania às mãos dos iraquianos e converter os Estados Unidos e ao mundo em lugares mais seguros", disse Bush este sábado.

As baixas americanas aumentaram consideravelmente nas últimas semanas, devido ao aumento da violência no Iraque, e Bush reconheceu em seu pronunciamento deste sábado que "as últimas semanas foram difíceis". "Mas nossas forças continuarão a procurar e enfrentar os assassinos e terroristas que querem boicotar o progresso da democracia no Iraque", assegurou.

O presidente recordou que os soldados americanos escolheram cooperar com os iraquianos para enfrentar a resistência das milícias xiitas em Fallujah, e que tinham iniciado operações militares para eliminá-las em Najaf.

"A vasta maioria dos iraquianos deseja uma sociedade livre e no próximo mês iniciaremos uma nova etapa histórica para que possam retomar sua soberania", destacou, recordando a data de 30 de junho como limite para uma suposta transferência de soberania aos iraquianos. "Nossa missão continuará em 1 de julho e além. Não temos a intenção de deixar o país nas mãos de ladrões e assassinos", esclareceu.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;