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Argentino é preso com 60kg de cocaína em supermercado
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
22/04/2006 | 08:12
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O apicultor argentino Alfonso José Pieruccinni, 69 anos, não é do tipo classificado como suspeito padrão, alvo preferencial de batidas policiais. Talvez por isso o estrangeiro de cabelos brancos passasse despercebido do Paraguai até o Grande ABC com grandes quantidades de cocaína. Até a tarde de quinta-feira, quando uma equipe do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos) prendeu o argentino com 60 quilos de cocaína, em São Bernardo.

O apicultor foi encontrado no estacionamento do Extra Anchieta, em São Bernardo. No local, também foi preso o mecânico Claudinei Lorena Freitas, 36 anos. Segundo à polícia, ele receberia a droga trazida por Alfonso. O delegado Pedro Pórrio, titular da 5ªDise (Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes), do Denarc, afirma que o transporte de cocaína pelo argentino era sistemático. “A droga seria distribuída no ABC e Embu-Guaçu”, revela.

As transações feitas pelo apicultor foram monitoradas por meio de escuta telefônica, feita com autorização judicial. Foram quatro meses de investigação. Ele trazia a droga da Colômbia para Amambaí, no Paraguai, onde vive. De lá, passava pelo Mato Grosso e chegava ao Grande ABC.

Os investigadores do Denarc sabiam que a entrega da cocaína seria feita no estacionamento do supermercado. Mas não tinham idéia da aparência do argentino. Como sabiam que o então suspeito chegaria de viagem, suspeitaram do Corsa cheio de barro. Dentro de uma lanchonete no estacionamento, Alfonso estava sentado, tomando café. Nas suas botas, barro de aparência semelhante. Identificado os suspeitos, era questão de tempo para flagrá-los no momento da entrega da droga.

A cocaína estava dentro de uma peça de metal, no porta-malas de um Corsa Wind branco. A peça que envolvia a cocaína serviria para ser acoplada em chassis de caminhão, segundo o delegado Pedro Pórrio. Um mecanismo para tentar esconder a droga. “Ainda estamos investigando, mas provavelmente a peça seria encaixada na longarina (chassi) do veículo”, afirma o delegado.

Pórrio acredita que o argentino faça parte de uma quadrilha que abastece a região com cocaína. “Este é só um braço do grupo. Mais prisões estão por vir”, adiante Pedro Pórrio.

Rota – A região se estabelece como rota e destino do tráfico de drogas. No começo do mês, a Polícia Federal apreendeu cinco toneladas de maconha em São Bernardo, a maior apreensão da história do município. Em março, cem quilos de cocaína foram apreendidos pela Polícia Civil de São Paulo em dois carros no Km 16,5 da via Anchieta, no bairro Jordanópolis, em São Bernardo.

O Grande ABC também servia, segundo a polícia, de torre de comando para a máfia nigeriana. De um condomínio de luxo, na Vila Bastos, em Santo André, o nigeriano Hilary Okeychukwu Onwuatu é acusado de comandar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas. Ele coordenaria a exportação de cerca de 200 quilos de cocaína por mês para a Europa, o equivalente a 2 milhões de euros no mercado europeu. O nigeriano foi preso no último dia 11.




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