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'Bom Lanche' sobe de R$ 0,40 para R$ 0,60
Rita Norberto
Do Diário do Grande ABC
08/12/2002 | 20:48
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Os usuários da CPTM estão pagando mais caro no Programa Bom Lanche – um kit de lanche com suco, vendido nos quiosques de dez estações da companhia. O kit sofreu um reajuste de 50%, passando de R$ 0,40 para R$ 0,60.

Segundo a CPTM, o aumento aconteceu pela “pressão do dólar”, que fez subir o preço de 80% das matérias-primas utilizadas na composição do produto. “Chegamos a um ponto que se não aumetássemos, não consegueríamos manter mais o Bom Lanche”, disse o coordenador do programa da CPTM, Cláudio Falótico.

O aumento aconteceu há uma semana e os usuários que costumavam comprar o lanche diariamente já não o fazem com tanta freqüência. “Minha filha está desempregada e anda o dia inteiro atrás de emprego. Este lanche é muitas vezes a única refeição dela. O aumento faz muita diferença”, disse a aposentada Maristela da Anunciação Franco, 61 anos.

“Acho abusivo aumentar 50%. Já que começou com a idéia de ser barato, tem de continuar”, disse o promotor de vendas José Bonifácio Lopes Bezerra, 36 anos. Para a atendente de telemarketing Maria Lúcia Cesari, 34 anos, tudo está aumentando, não só o lanche. “É mais um, diante de tantos aumentos. Mas se chegar a R$ 1, não vai dar mais”, disse.

O reflexo nas vendas por conta do aumento já apareceu. No quiosque da estação de Santo André, vendia-se uma média de 600 a 700 lanches por dia. Depois da alta, estão saindo de 450 a 500 kits. “O pessoal está reclamando muito do aumento”, disse a funcionária Irinéia Alves. O quiosque funciona das 5h30 às 20h30, oferecendo oito tipos de lanche com o suco, que variam todos os dias.

De acordo com o coordenador do programa, de maio a novembro a empresa fornecedora dos lanches vem segurando seguidos aumentos. “Desde então, a farinha subiu 43,66%, o leite e derivados, 9%, o suco, 23,9%. Houve ainda o acréscimo do dissídio dos panificadores, de 7%, o aumento do combustível, 14,79%, e das embalagens, 35,76%”, explicou Falótico.

Lançado em 15 de maio, o Bom Lanche é uma parceria entre a empresa Terra Azul, que em troca da divulgação de sua marca fornece os kits a preço de custo, e a CPTM, que cede o espaço, com apoio das secretarias estaduais da Agricultura e Abastecimento e de Transportes Metropolitanos.

Para a CPTM, o objetivo é social: oferecer um lanche para que o trabalhador começasse o dia melhor alimentado. “Dos casos de mau súbito diariamente registrados nas estações, 32% eram por falta de alimentação”, afirmou Falótico.

Atualmente, o programa cobre dez estações – com duas no Grande ABC, Santo André e Mauá – e comercializa 1,6 milhão de lanches. São oito recheios de lanche e cinco de sucos, que variam diariamente.




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