A família da dona-de-casa Edna Sampaio, 28 anos, foi expulsa de casa ontem de manhã de forma truculenta por uma suposta oficial de justiça de Santo André: não puderam retirar roupas, móveis, alimentos e remédios. A casa fica no bairro Centreville.

Edna vivia na casa há seis anos com um filho de 7 anos, um bebê de 1 e a irmã,a auxiliar de cozinha Rosimeire Sampaio, 43.

Às lágrimas ainda no fim da noite de ontem, a dona-de-casa disse não ter tido tempo nem de entender o que estava acontecendo. Assim que abriu a porta para ver quem estava tocando a campanhia, a casa foi invadida por pelo menos oito homens, que acordaram as duas crianças e passaram a esvaziar os móveis e colocá-los para fora.

Sem ter para onde ir, a família terminou acolhidas por uma amiga, também moradora do Centreville, para passar pelo menos a noite de ontem. Dormiram com colchões e cobertores doados pela Defesa Civil de Santo André.

“A moça que tocou a campainha disse que era oficial de justiça. Falou que era para a gente sair da casa na hora. Eu pedi para deixarem eu pegar minhas coisas, meus móveis, os remédios do meu filho, mas eles nem deram ouvidos. Já foram jogando tudo que estava nos armários no chão e colocando os armários fora de casa”, diz Edna, ainda desolada com a ação. O bebê dela não pode consumir leite. Precisa de remédios e dieta a base de soja.

O espanto foi maior porque, segundo Edna, a família nem sabia que a casa estava em processo de reintegração de posse.

Edna e a irmã alugaram a casa de terceiro. Segundo a irmã, o motivo da reintegração é que o proprietário não teria pago as prestações da residência que teria colocado o imóvel a leilão. “O cara que comprou a casa estava lá na reintegração. Disse que era para tirar as vagabundas da casa”, conta Edna. No momento da ação, Rosimeire já havia saído para trabalhar. Sai às 5h para chegar à tempo ao serviço.