Economia Titulo Consumo
Cresce 15% a adesão a cartões pré-pagos
Marina Teodoro
Especial para o Diário
14/06/2015 | 07:05
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A utilização de cartões pré-pagos vem crescendo no Grande ABC. Mesmo com a recessão econômica, a região aumentou as adesões no fim do ano passado em cerca de 15%, comparado a 2013, de acordo com dados da Acesso, empresa especializada nessa área.

A ideia não é novidade. Quem costuma viajar para o Exterior já deve ter tido uma experiência semelhante. O cartão é carregado via internet, e pode ser utilizado em qualquer lugar, como um cartão de débito.

Porém, de acordo com a Acesso, o uso comum é o grande diferencial. “É um produto de inclusão financeira sem qualquer vínculo com agência bancária”, explica diretor de operações da empresa, Bernardo Faria. “Nosso público é geralmente aquele que tem restrição no CPF ou por algum outro motivo não tem conta em banco, mas quer ter um serviço financeiro.”

Esse é o caso do motofretista Alexandre da Silva, 30 anos, de Santo André, que optou por não ter nenhuma conta em banco, e utilizar o cartão pré-pago. “É muita burocracia. Quando entrei na minha empresa, eles me ofereceram e eu aceitei. Hoje uso para tudo e indico para todos os meus amigos.”

Para Alexandre, comprar a prazo é a única dificuldade. “Quando preciso, recorro ao cartão da minha mãe”, conta ele. Mas o lado positivo é que assim, as dividas não acontecem. “Só gasto o que eu tenho, e inclusive percebi que pude economizar cerca de 30% por não fazer mais parcelas e ainda me livrei dos juros.”

O diretor da Acesso afirma que, com exceção da função do cartão de crédito, o serviço possibilita guardar dinheiro, transferir, comprar pela internet e até fazer uso internacional. Outro modo de utilização é como mesada, ou então incentivo para empregadores que querem bonificar seus funcionários.

A empresária e dona de lojas de roupas, Angela Araújo Martins, 41, de Mauá, usa o cartão para recompensar os funcionários que batem meta de venda. “Estipulo uma meta para o semestre. O que vender mais ganha R$ 500”, afirma ela, que prefere o cartão pré-pago do que depositar diretamente na conta. “As vezes esse dinheiro acaba sendo usado para coisas corriqueiras, como pagamento de uma conta, e não é essa a intenção. O cartão dá ideia de presente mesmo.”

Os cartões costumam ter taxas para o uso, como saque, recarga, adesão e uma tarifa mensal, mas que em geral, são menores que um banco, destaca Faria. No caso da Acesso, para a pessoa carregar o cartão, há custo de R$ 2,50 (exceto se o dinheiro for transferido via DOC ou TED, caso em que essa taxa não é cobrada). Além disso, cobra-se mensalidade de R$ 5 e, se for efetuado saque no caixa eletrônico, cobra-se R$ 5,90 por operação (se for nas máquinas do Banco 24h, há tarifa adicional cobrada por essa rede).

Para a economista e professora da universidade Mackenzie Leila Pellegrino o cartão deve ser usado eletronicamente. “As taxas de saque costumam ser desvantagem, pois são mais altas”, alerta. Mesmo assim, ela percebe que em geral o uso do cartão é positivo. “Além de não ficar endividado, é uma maneira de reeducação financeira. Tende a ter uma aceitação ampliada nos próximos anos”, diz ela.
 




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