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Brasil goleia e Zagallo decreta: 'tomamos atitude sem altitude'
Do Diário OnLine
Com Diário do Grande ABC
19/07/2004 | 00:33
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A Seleção Brasileira goleou o México na noite deste domingo, por 4 a 0, e garantiu vaga na semifinal da Copa América, no Peru. O atacante Adriano marcou dois e é o novo artilheiro da competição, com cinco gols, à frente de Bueno (Uruguai) e Saviola (Argentina). Alex, de pênalti, e Ricardo Oliveira completaram o placar.

O próximo adversário do Brasil será o Uruguai, na quarta-feira. Na outra semifinal, que será realizada na terça, enfrentam-se Argentina e Colômbia. Os dois jogos serão realizados em Lima.

Ao final da partida, o coordenador Zagallo procurou os repórteres para sair com mais uma de suas frases de efeito: "tomamos uma atitude sem altitude". Ele se referia às críticas que a Seleção sofreu ao apontar a altitude de Arequipa, onde jogou a primeira fase, como um dos fatores responsáveis pela derrota por 2 a 1 para o Paraguai, semana passada — o jogo deste domingo foi realizado em Piura, ao nível do mar.

Os jogadores deram aval à argumentação do velho Lobo. Edu afirmou que nos primeiros jogos mal conseguia percorrer a distância entre os dois gols. Gustavo Nery também disse ter sentido muita diferença no seu rendimento em Piura. "O ar vem mais fácil, dá para se movimentar com muito mais facilidade", contou.

Outro que assumiu ter sentido dificuldades na altitude foi Adriano. Ao nível do mar, afirmou ter se sentido muito mais à vontade. De fato, ele foi o grande destaque da partida. Marcou dois gols e teve participação decisiva nos outros dois — sofreu o pênalti convertido por Alex e deu o passe de calcanhar para Ricardo Oliveira encerrar o placar.

Falastrões - Além da classificação à semifinal e da redenção, depois da derrota para o Paraguai, o resultado serviu à Seleção como uma espécie de 'cala-boca' nos mexicanos. Invictos na Copa América e campeões do chamado Grupo da Morte, em que venceram a poderosa Argentina, o México vinha dizendo a quem quisesse ouvir que não tinha o menor medo do Brasil. Especialmente porque o técnico Carlos Alberto Parreira escolheu poupar os titulares da competição.

O clima de provocação foi puxado pelo técnico Ricardo Lavolpe, que é argentino. Durante a semana, ele dizia que a Argentina era muito mais perigosa que o Brasil, e que passar por eles não fora difícil. No sábado, o repórter Mauro Naves, da TV Globo, disse ter testemunhado um diálogo interessante entre Lavolpe e um garçom, em um restaurante de Piura. Ao ser questionado sobre um eventual temor do futebol pentacampeão, o técnico disse, de acordo com o relato do jornalista: "o Brasil não me tira o sono e muito menos a fome".

O jogo - Medo ou não, Lavolpe entrou em campo precavido. Os mexicanos surpreenderam ao entrar com uma formação estranha: 3-6-1. A idéia do técnico era congestionar o meio-campo, ponto de criatividade da Seleção Brasileira. Poderia até ter conseguido, se os comandados de Parreira não estivessem em grande noite. Logo aos quatro minutos, após cobrança de escanteio, Juan apareceu sozinho para cabecear. Sánchez espalmou a bola para o travessão.

Depois de insistir, o Brasil abriu o placar. Adriano dominou dentro da área, driblou o goleiro e simulou a queda. O árbitro Oscar Ruiz acreditou e, aos 25, marcou o pênalti. Alex cobrou no canto direito e deu tranqüilidade à equipe. Altamirano obrigou Júlio Cesar a fazer uma grande defesa, aos 42, numa falta de longa distância. Mesmo assim, a Seleção manteve o controle da partida até o final do primeiro tempo.

A Seleção Brasileira voltou para a etapa final em busca do segundo gol. Juan, aos seis minutos, fez de cabeça, mas cometeu falta no zagueiro mexicano, marcado pela arbitragem. Luís Fabiano e Adriano perdiam inúmeras oportunidades, enquanto o adversário aproveitava a apatia da zaga brasileira. Júlio César salvou a Seleção, aos 18, numa cabeçada de Bautista à queima-roupa. Mas Adriano provou sua qualidade e, aos 20, acertou um chute forte e cruzado de fora da área para marcar o segundo gol.

Sob controle, o time invadiu a madrugada no Brasil e ainda teve tempo para dar alegria à torcida, com Adriano, aos 33, que mostrou oportunismo e alcançou a artilharia da Copa América com cinco gols, e Ricardo Oliveira, que fez o quarto gol aos 41 minutos.




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