Política Titulo Mauá
Pressão por abertura da CPI da Merenda acaba em confusão
Por Junior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
03/08/2016 | 07:00
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Divulgação


 Manifestação pedindo a abertura de CPI da Merenda terminou em confusão na sessão de ontem na Câmara de Mauá. Cerca de 100 militantes de diversos movimentos estudantis tentaram ocupar o plenário do Legislativo e foram impedidos pela GCM (Guarda Civil Municipal). Dois estudantes acabaram detidos. Um deles foi ferido na cabeça e teve de ser levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) 24 horas da Vila Magini.

O protesto tinha como objetivo forçar os parlamentares a investigar as denúncias do Diário de que o governo do prefeito Donisete Braga (PT) superfatura série de itens destinados à alimentação escolar municipal, entre eles almôndega. A Câmara resiste em abrir a CPI e alega que não há necessidade de investigação porque o caso já está sendo apurado pelo MP (Ministério Público).

Os manifestantes chegaram a invadir o plenário e estenderam faixas atrás da mesa diretora. A sessão foi suspensa, mas depois encerrada às pressas após intervenção da GCM. Os estudantes alegam que o protesto era pacífico e que houve truculência da guarda municipal. Eles acusam o presidente da Câmara, Marcelo Oliveira (PT), de ordenar a repressão contra o ato. “Os estudantes estavam todos no plenário pacificamente, organizados. Quando a gente resolveu ocupar a Câmara, estendemos as faixas, aí o presidente da Câmara mandou que a GCM entrasse e expulsasse todo mundo. Ele (Marcelo) ordenou que fôssemos tirados à força e com muita violência. Chutaram minha boca e abriram a cabeça de outro rapaz”, relatou o estudante Renato Ribeiro, 29 anos, integrante da UJS (União da Juventude Socialista).

Além da UJS – coletivo estudantil ligado ao PCdoB, que integra o arco de alianças do candidato do PSB ao Paço, o deputado estadual Atila Jacomussi, rival de Donisete –, a Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), militantes da Rede Sustentabilidade e do Psol também participaram da manifestação. Emerson Souza dos Santos, o Catatau, presidente da Upes, foi ferido na cabeça e levou quatro pontos. Após receber atendimento médico, o manifestante foi encaminhado ao 1º DP de Mauá (Centro), onde foi ouvido e liberado. Ele responderá na Justiça por desacato.

OUTRO LADO

Marcelo Oliveira negou abuso de poder por parte da GCM e sugeriu que a manifestação teve viés eleitoreiro. “Toda manifestação tem de ser respeitada. Mas começaram a jogar algumas coisas e depois pularam no plenário e a guarda está aqui para quê? Para tomar conta do patrimônio. A maioria dos manifestantes é candidata a vereador”, discorreu o petista, ao emendar que vários equipamentos de som e vídeo do plenário foram “depredados” pelos ativistas. “A gente lamenta o vandalismo que fizeram aqui dentro”, disse. O ocorrido foi registrado no 1º DP de Mauá (Boletim de ocorrência número 5046/16).




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