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Fugindo da mesmice

Longa-metragem 'Ilha do Medo', do diretor Martin
Scorsese, aposta em paranoias para surpreender o público

Por Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
12/03/2010 | 07:00
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A carreira de um prestigiado cineasta de Hollywood faz com que seu nome acabe se transformando em uma grife. É o caso de Martin Scorsese, famoso por produções como "Táxi Driver" (1976), "Os Bons Companheiros" (1990), "Cassino" (1995) e "Os Infiltrados" (2006). Independentemente da qualidade de suas obras, elas já criam expectativa. Uma das grandes figuras da história do cinema, o diretor agita o público com "Ilha do Medo", que estreia em cinco salas da região.

Após apresentar sua versão de diferentes tipos de máfias, o cruel mundo da jogatina e mostrar a insanidade presente em um simples taxista, Scorsese aposta em thriller psicológico para agradar os fãs. A história se passa no ano de 1954, em meio à Guerra Fria que deixava países capitalistas e comunistas paranoicos. Os agentes federais Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) e Chuck Aule (Mark Ruffalo) viajam até a estranha Shutter Island, ilha na qual funciona um grande complexo médico que cuida de presos com sérios problemas psiquiátricos. No local, investigam o desaparecimento de uma das pacientes.

A dupla recebe o apoio do Dr. Cawley (Ben Kingsley) para fazer as averiguações. Quem se mostra especialmente interessado no caso é o perturbado Daniels, desconfiando de tudo e de todos. O avanço das ações faz com que se perca em seus próprios medos enquanto começa a descobrir que sair da macabra ilha não será tão fácil.

A experiência do diretor faz com que os momentos de suspense sejam na medida certa, não abusando de sustos e cenas de tensão desnecessária. O cineasta sabe cozinhar o público até o levar para um final repleto de respostas - ou mais interrogações para alguns.

Muito do ritmo do filme se deve ao esforço de DiCaprio de representar as angústias marcadas pelo passado do personagem. Sua dramatização cai bem nas neuroses de Daniels. Os questionamentos do agente são tantos que até sua identidade é colocada em dúvida por ele mesmo.

Produções que envolvem ilhas misteriosas existem aos montes no mundo do cinema e, de certa forma, as pessoas já sabem parte do final desses longas e dos que estiverem por vir. A outra metade cabe aos responsáveis nos surpreender, como faz Scorsese e sua Ilha do Medo. Mas independente se o desfecho for satisfatório, o nome por trás das câmeras vale o ingresso.

Confira as outras estréias

Nem só do trabalho e da fama envolvendo a popular saga adolescente "Crepúsculo" (2008) vive o ator Robert Pattinson. Ele deixa de lado o papel do vampiro Edward Cullen para protagonizar o romance "Lembranças", uma das estreia de hoje nas salas do Grande ABC.

A direção é assinada pelo novato Allen Coulter, que fez carreira ao comandar episódios de diversas séries de televisão nos Estados Unidos e embarca em seu primeiro trabalho na sétima arte. Ele busca ter sucesso ao narrar a dura história do estudante Tyler (Pattinson), marcado pelo inesperado suicídio de seu irmão.

O rapaz começa a encontrar conforto nos braços da bela Ally (Caitlyn Rund). A garota também é vítima de um drama familiar após sua mãe ter sido brutalmente assassinada. A dor da perda de seus entes queridos será um dos motivos que fazem com que o casal se una e descubra que ainda existem motivos para continuar a viver.

CASAL EM CENA - Quem também faz sua estreia nos cinemas é o diretor Paulo Halm, conhecido pelos roteiros de filmes como "Casa da Mãe Joana" (2008) e "Quem Matou Pixote?" (1996). O escritor apresenta o romance "Histórias de Amor Duram Apenas 90 Minutos", que narra o momento de ócio produtivo vivido pelo escritor Zeca. A criatividade para o trabalho ressurge quando ele acredita que sua companheira Júlia está tendo um caso com outra mulher.

Destaque para os atores Caio Blat e Maria Ribeiro, casados na vida real. Mesmo acostumados em trabalhar em produções para o cinema, é a primeira vez que atuam como casal nas telas.




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