A costureira C.Y.K., 32 anos, moradora de Rio Grande da Serra, tem sofrido com as frequentes ameaças do ex-companheiro M.M.N., 33. Há dois anos, o rapaz liga e envia mensagens constantemente para o seu celular. Nesse período, a vítima registrou três boletins de ocorrência na delegacia de Rio Grande da Serra.

No ano passado, a polícia instaurou dois inquéritos. Porém, a costureira continua sendo ameaçada. Na terça-feira, o delegado titular do distrito, Sérgio de Campos Simionato, tomou ciência do caso e pediu a prisão preventiva do rapaz. "Estou aqui há pouco tempo, e esses boletins de ocorrência são anteriores à minha gestão, mas já estamos trabalhando no caso", disse.

O pedido foi encaminhado à promotora Sandra Reimberg, que espera ter mais detalhes para fazer a denúncia. "Estou aguardando o celular da vítima para analisar as mensagens. Só depois disso tomarei uma decisão", disse.

A dekassegui (brasileiro que vive temporariamente no Japão em busca de trabalho) conheceu o acusado em 2006, pela internet, quando foi trabalhar no Japão. "Me envolvi com ele e fiquei grávida. No 5º mês de gestação, voltei para o Brasil, pois não aguentava as agressões", contou.

A costureira conta que dois dias depois que ela chegou, o acusado estava na porta de sua casa. "Desde então, ele não para de me ameaçar. Há dois meses, mandou uma coroa de flores dizendo que era para o enterro de minha mãe. Estou vivendo um inferno. Minhas filhas têm de ficar trancadas", desabafou.

Preocupada com o que aconteceu no início deste mês com a jovem Marina Sanches Garnero, 23 anos, assassinada com quatro tiros pelo ex-namorado Marcelo Travitzki Barbosa, 29, porque não queria reatar o namoro, a costureira foi atrás da imprensa para contar sobre as ameaças que recebe do ex-companheiro. "Fiquei com medo de acontecer a mesma coisa comigo", disse.