Economia Titulo Crise internacional
Empresas de tecnologia começam a sentir crise
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
20/11/2008 | 07:00
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O segmento de TI (tecnologia da informação) no Grande ABC um setor que já começa a sentir os efeitos da crise internacional financeira. Ou, ao menos, já consegue prevê-los e mensurá-los.

Apesar de o ramo se dividir em duas áreas de atuação: produtos e serviços, nas palavras de Renato Grau, diretor do APL (Arranjo Produtivo Local) de TI, "estão todos no mesmo barco". Os APL's são projetos da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC que contam com apoio técnico e financeiro do Sebrae-SP.

Para quem importa produtos ou trabalha com componentes importados, com o dólar alto o preço é repassado, já que o impacto é direto, explica Grau. Quem presta serviço, desenvolve projetos e novas tecnologias também é afetado. "Orçamentos que semanas atrás eram facilmente aprovados, hoje não são mais", diz.

Segundo o diretor, há empresas que nem foram afetadas ainda, mas já se comportam como se tivessem sido. Além disso, os grandes clientes na região são as montadoras, que, extra-oficialmente, estão segurando projetos.

"As empresas de TI devem buscar caminhos alternativos", afirma Grau, que também é diretor da Innovision Systems, de São Caetano. "Na empresa ampliamos a equipe comercial para conquistar mais contratos e conpensar as perdas. As demandas da área estão muito pulverizadas, portanto, se buscar soluções mais agressivas é possível obter um portfolio mais sofisticado".

O caso de Mário Montenegro, diretor da Testech, também de São Caetano, é um pouco diferente, já que sua empresa importa alguns proutos e, portanto, é dependente dólar. "Se antes eu comprava um produto a R$ 160 reais, hoje o preço chega R$ 240. No entanto, como importo grandes volumes, é possível negociar".

Embora Montenegro consiga dividir o peso da valorização do dólar com o seu fornecedor, ele avisa que há muitos negócios que, por não ter volume, não consegue acordar. Neste caso, ou ele absorve o aumento ou repassa ao produto, que perde vendas.

A empresa de Mário Bartolleti, a Sisplan, depende das exportações para movimentar seus negócios, pois fornece sistemas para portos, alfândegas e empresas de comércio exterior. "Prevemos para 2009 uma retração de 30% na contratação de serviços". Mesmo assim, ele diz que não haverá redução de pessoal. "Vamos reduzir a margem de lucro. Temos de manter o fixo para atender os clientes com os quais já temos contrato. Não podemos diminuir qualidade ou tempo de resposta".




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