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Questões sociais focam Dia do Professor
Kelly Zucatelli
Do Diário do Grande ABC
15/10/2008 | 07:02
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A estagnação de investimentos na educação, os salários ruins e a violência dentro das salas de aula são alguns pontos importantes lembrados por profissionais da área hoje, quando é comemorado o Dia do Professor. Mas, apesar dos fatores negativos que envolvem os educadores, eles ressaltam o amor pela profissão e a importância de discutir cada vez mais questões sociais como saúde, família e amizade dentro das salas de aula.

Para a professora do departamento de Metodologia de Ensino da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) Rosa Iavelberg, a sociedade vive um momento em que as relações ficam mais complexas e o professor torna-se nesse processo um fundamental transmissor não só das matérias didáticas como língua portuguesa, matemática e biologia entre outras, mas também de levar para os aprendizes a consciência de assuntos importantes do cotidiano.

"O salário do professor hoje é muito ruim. Isso gera um descomprometimento da categoria. Sou da opinião que o professor também tem que ser avaliado. É necessário um trabalho em rede: professor, escola e família para o bom desenvolvimento do aluno", finalizou Rosa.

Cássia Aparecida Ruiz de Paula, professora de educação infantil e ensino fundamental da Emeief Tarsila do Amaral, de Santo André, que está há 18 anos na profissão, alerta para a necessidade dos professores terem a sensibilidade de percebe o que as crianças acompanham. "Crianças de 3 a 10 anos já acessam a internet. Por isso, devemos ficar atentos para ajudá-las a organizar em suas mentes as informações de maneira correta. Elas já não trazem mais de casa as brincadeiras como pular corda, mas sim, as modernidades", disse.

Para a presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Maria Izabel Noronha, é necessário melhores condições salariais que favoreçam a qualificação e a formação continuada do profissional.

Sobre a violência nas escolas, a líder aponta que cerca de 80% de professores sofrem agressões, sejam elas, físicas ou verbais.

Proximidade ajuda no desenvolvimento

A professora assistente de coordenação da Escola Municipal Vereador Jorge Ferreira, Juliana Aparecida Martins de Oliveira, 32 anos, lembra que antes o professor tinha uma certa distância do aluno. "Havia uma rigidez maior. Não que hoje não haja, mas os professores são mais amigos dos alunos. Eles conseguem conversar mais e conhecer um pouco da vida de cada um. Isso é muito significativo", explicou.

Viktor Cunha Volponi, 15 anos, aluno do 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola particular de Santo André, prefere a proximidade de seus professores mesmo quando não está em aula, pois acredita que a busca de conhecimentos extras sempre serão importantes para sua formação como aluno e como pessoa. "Acredito que deva existir uma visão ampla na relação professor/aluno. Os professores precisam participar mais da vida dos alunos para conhecê-los melhor", disse.

"Vivemos uma época em que o professor deixa de ser apenas um transmissor do conhecimento didático e passa a transmitir os valores sociais de convivência. Isso tende a ajudar a diminuir a violência nas escolas", acredita a presidente da Associação das Escolas Particulares do ABC, Oswana Fameli.

As modernas ferramentas multimídias são muito utilizadas pelo professor de Sociologia e Geografia, Carlos Oliveira Guerra, 28 anos, porém, ele também faz questão de rebuscar métodos tradicionais como trabalhos escritos, para induzir seus alunos a leitura. "Muitos têm aversão à leitura, mas quando peço que escrevam, faço com que coloquem esse hábito em prática", ressaltou.

Para a secretária de Educação e Formação Profissional de Santo André, Maria Helena Fonseca, é necessários que os professores conheçam mais o cotidiano dos alunos.




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