Cultura & Lazer Titulo Quadrinhos
Sucesso do tamanho do espaço
Luís Felipe Soares
Do Diário do Grande ABC
27/01/2013 | 07:23
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Divulgação


"O reconhecimento faz parte do trabalho. É uma forma de você medir se está acertando ou não." Essa é a definição de Danilo Beyruth quanto ao fato de ter sido apontado como melhor desenhista na 29ª edição do Troféu Angelo Agostini, um dos mais tradicionais do mercado de quadrinhos nacional entregue pela Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo. Como a premiação é dedicada a celebrar quem chamou a atenção no ano que passou, o talento de Beyruth, pelo jeito, continua a agradar.

Esta é a segunda vez que seu nome aparece entre os dos vencedores. Em 2011, ele levou na categoria melhor lançamento pelo elogiado 'Bando de Dois', um dos destaques do catálogo geral do ano anterior. "Acho muito importante que exista esse tipo de premiação séria, que dá credibilidade a todo o mercado." A HQ também lhe rendeu três estatuetas do Troféu HQ Mix.

Aos 39 anos, Beyruth integra a nova tropa dos quadrinhos brasileiros ao lado de nomes como Rafael Grampá, Gustavo Duarte, Rafael Coutinho e os gêmeos Fabio Moon & Gabriel Bá. Ele acredita que o sucesso da geração se deve muito aos produtos de qualidade - e hoje considerados marcos na história das HQs - aos quais tiveram acesso em sua formação. "É um pessoal que foi impactado por obras como 'Batman - O Cavaleiro das Trevas' (de Frank Miller), Watchmen' e 'A Piada Mortal' (ambas de autoria de Alan Moore). Pegamos uma onda de trabalhos norte-americanos diferentes e de alta qualidade e entendemos que os quadrinhos poderiam ser algo de autoral", afirma. "Existe hoje uma safra diferenciada, mas não somos a Tropicália dos quadrinhos", brinca o desenhista.

A promissora temporada do quadrinista paulista se deve ao interessante 'Astronauta: Magnetar', da Panini Comics, no qual apresenta olhar mais adulto ao universo do personagem Astronauta, nascido nas histórias de Mauricio de Sousa. O trabalho audacioso também levou o Troféu Angelo Agostini de melhor lançamento. A cerimônia de premiação ocorre no sábado, a partir das 13h30, no Memorial da América Latina. O evento aproveita para festejar o Dia do Quadrinho Nacional, comemorado na quarta.

"Foi uma chance fantástica de explorar um personagem que já existe de uma forma diferente. A primeira coisa que fiz foi uma pesquisa, porque já havia lido as histórias, mas não tinha analisado o Astronauta", explica Beyruth. "Na verdade, coloquei pouca coisa nova nesse universo. Ele vai para o espaço para procurar coisas novas e acaba deixando muita coisas para trás. O que eu fiz foi mostrar as consequências dessa decisão."

Uma das sacadas do desenhista foi utilizar sua paixão pela ficção científica para incrementar sua visão para o explorador espacial. Alguns elementos de estudo ajudaram bastante para deixar o clima da história mais denso. "O tema já é sério e, de certa forma, esses ingredientes da ciência puxaram para esse lado. A astrofísica calhou bem com o lance da solidão do personagem. No fundo, tudo é uma grande aventura e isso nunca sai de moda."




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