Automóveis Titulo Comparativo
Aventureiros, mas nem tanto
Vagner Aquino
Do Diário do Grande ABC
02/01/2013 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Mês de férias. Hora de visitar aquele parente mais distante. Se a viagem for longa, melhor ter um carro espaçoso e, claro, que caiba toda a bagagem. Mas se a opção for enfrentar quilômetros de estrada a bordo do Citroën AirCross (R$ 53,9 mil, versão GLX) ou do Renault Duster (R$ 54,2 mil, na configuração Dynamique), melhor não abusar dos trechos de terra.

É isso mesmo. Apesar de apresentarem porte e visual off-road, na prática a coisa não funciona bem assim com as estrelas deste comparativo.

Pegando a base do irmão C3 Picasso, o Citroën AirCross não é robusto e firme na hora de guiar em tal piso - o conjunto de suspensões é extremamente macio (incomoda quando trafega na buraqueira). Salvo o pneu de uso misto.

Mesmo não sendo um primor, o Duster é mais rígido e filtra melhor as imperfeições do solo. Sem contar o melhor comportamento em curvas. Para quem preferir, a Renault oferece opção 4x4 - basta desembolsar R$ 7.850 a mais. De fora-de-estrada no Citroën, apenas os apetrechos visuais, como os apliques espalhados pela carroceria e o estepe pendurado na tampa do porta-malas.

 

PÉ EMBAIXO

Na metade do ano passado, o AirCross recebeu atenção especial da Citroën. Ganhou uns cavalos a mais. Com isso, aumentou a potência frente ao rival. Agora, são 122 cv extraídos do bloco 1.6 Vti 120 Flex, que incorporou sistema Flex Start - aquele que elimina o tanquinho de partida a frio.

Com a mesma capacidade volumétrica, o Duster é menos potente - não passa dos 115 cv. E, em relação ao torque, não é diferente. São 15,5 mkgf a 3.750 rpm, contra 16,4 mkgf a 4.000 giros do AirCross. Mesmo sendo mais pesado, é notável a melhor desenvoltura do monovolume pelas ruas.

Já o trabalho do câmbio (manual de cinco marchas em ambos) é melhor no Renault. Engates de marchas mais precisos e relações mais curtas são as principais características.

Mas é por dentro que a coisa muda de figura. Apesar de ter 13 centímetros a menos que o adversário no espaço entre os eixos, o AirCross leva a melhor - acomoda com mais folga os cinco ocupantes. Ponto também para o bom acabamento, característico do grupo PSA.

Falando em espaço, o porta-malas é maior no Renault: 475 litros. A capacidade do Citroën é de 403 litros.

Cada um tem lá suas peculiaridades, mas o fato é que tanto o monovoloume quanto o utilitário deixam de lado o exagero de mimos. A lista não é básica (aliás, é o mínimo que se espera de qualquer carro que custe acima dos R$ 50 mil), mas não há nada de tão inovador. Os dois contam com air bag duplo, ar-condicionado, computador de bordo, freios antitravamento (com EBD no AirCross), trio elétrico e regulagens para o banco do motorista e coluna de direção (elétrica no Citroën), entre outros itens.

 

VEREDICTO

Além de mais em conta, o Citroën AirCross vence este comparativo por ter lista de equipamentos (um pouco) mais recheada, acabamento superior, além de maior espaço interno e potência. Mesmo assim não dá para ofuscar os méritos do Renault Duster, que tem comportamento mais agradável por meio de um conjunto de câmbio e suspensão mais firmes e precisos.




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