Setecidades Titulo São Bernardo
Padrasto ameaça ir à Justiça contra administração

Douglas Alves ficou preso por 12 horas suspeito de violentar bebê de 1 ano, mas crime não foi comprovado

Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
22/11/2011 | 07:00
Compartilhar notícia


A morte do menino de 1 ano e 2 meses, anteontem, na Unidade de Pronto Atendimento da Vila São Pedro, em São Bernardo, levantou a suspeita de que Douglas Alves, 20, padrasto da vítima, teria abusado sexualmente da criança. O exame do Instituto Médico-Legal não confirmou a violência sexual. O fato foi rechaçado por Alves ontem à tarde, após o enterro, que ocorreu no Cemitério da Vila Carminha. Ele admite processar a Prefeitura por causa do constrangimento a que foi submetido.

Como a criança apresentava dilaceração de ânus, a equipe médica da unidade suspeitou da ocorrência de estupro e acionou a polícia, conforme protocolo estipulado pela Prefeitura. Segundo familiares, a criança teve forte hemorragia anal decorrente de anemia falciforme. A detenção de Douglas por 12 horas, somada à perda da criança, causou revolta entre parentes.

Alves chegou a sofrer ameaças de linchamento, mas nega a participação na morte do enteado. Ele convivia com a criança havia cerca de um ano e afirmou que quando levou o bebê ao médico a fralda estava repleta de sangue. "Se eu realmente tivesse feito alguma coisa, acha que daria meu endereço e o levaria para receber atendimento? Teria fugido. Estava preocupado com meu filho quando, de repente, chegou a polícia e me levou à delegacia. Não entendi nada. A dor é forte, mas quero justiça. Foi lamentável ficar preso tanto tempo. Só prestaram atenção na versão do médico."

Segundo a mulher, Aline de Oliveira, 20, que não estava em casa quando a criança começou a passar mal, o marido sempre teve boa relação com a criança e com a outra filha, de 3 anos, de quem também cuidava. "Não acho certo a UPA ter incriminado uma pessoa inocente. Sempre cuidou dos meus filhos e não teria motivo algum para fazer o que estão falando. Vamos acionar advogado para cuidar do caso."

A Prefeitura informou que as equipes das unidades de Saúde são orientadas a chamar a polícia em caso de suspeita de violência sexual. A criança chegou à unidade sem vida. Para Victor Lutti, delegado titular do 1º DP, o caso será esclarecido apenas depois da divulgação do laudo da causa da morte. "Ele (Douglas) apresentou versão plausível, que pode ser verdadeira, mas não há como afirmar nada sem o laudo definitivo."

O médico responsável pelo atendimento no domingo será intimado a depor em ofício que será encaminhado à Prefeitura. A administração informou que, segundo o Serviço de Verificação de Óbito, o laudo de necropsia não está concluído. Os exames devem ficar prontos em duas semanas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;