Desde início do ano, administração do prefeito Lauro Michels contabiliza êxodo de 70 profissionais
Mais dois médicos pediram exoneração do quadro da Prefeitura de Diadema, que desde o início do ano perdeu 70 profissionais – a maioria por desentendimentos com o secretário de Saúde do município, o ex-prefeito José Augusto da Silva Ramos (PSDB).
Foram publicadas na semana passada as portarias de demissão dos médicos Arthur Aiolfi Guimarães e Louise Lopes Rodrigues, cujas admissões foram feitas em 2012, último ano do governo do ex-prefeito Mário Reali (PT).
Ambos atuavam no Hospital Municipal, no bairro Piraporinha, e, segundo profissionais que trabalham no maior complexo hospitalar da cidade, a saída dos médicos decorre de divergências com a política adotada pela diretora do hospital, Sylvia Maria Moreira.
No começo do mês, Sylvia sugeriu à equipe de pediatria do equipamento que alguns servidores fossem transferidos para o Pronto-Socorro Central (localizado no Quarteirão da Saúde), a despeito de diversos funcionários terem graduação para trabalhar em setores de especialidades.
A mudança seria feita porque grande parte das demissões do começo do ano era de clínicos gerais, ocasionando deficit na rede municipal, algo reconhecido até mesmo pelo prefeito Lauro Michels (PV). O verde admite que tenta renegociar contrato com a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), para abastecimento de clínicos gerais para o PS Central ou UBSs (Unidades Básicas de Saúde) mais utilizadas de Diadema.
A possibilidade de alteração no regime de trabalho no Hospital Municipal resultou em manifesto público assinado pela equipe de pediatria do complexo.
Segundo a Prefeitura de Diadema, há 486 médicos, 437 clínicos e especialistas. Eles estão distribuídos no Hospital Municipal, Quarteirão da Saúde, na UPA (Unidade de Pronto Atendimento 24 horas) do bairro Paineiras e nas 20 UBSs da cidade.
Em Diadema, os salários de médico variam de R$ 3.342,98 para 12 horas semanais a R$ 11.143,28 para 40 horas semanais, sendo R$ 800 de valor de plantão durante a semana e R$ 1.300 aos fins de semana. Do quadro, 73% dos funcionários têm gratificação.
Por falta de médicos, a administração municipal teve de reduzir o horário de atendimento da UPA Paineiras e fechar a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica do Hospital Municipal.
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