Setecidades Titulo Abastecimento
Região tem só 5,2% da
água indicada pela ONU

Moradores do Grande ABC contam apenas com 130
metros cúbicos do recurso por ano; ideal seria 2.500

Fábio Munhoz
07/10/2013 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Cada morador do Grande ABC tem, em média, disponibilidade de 130 m³ de água por ano. O número revela escassez do recurso na região, já que representa 5,2% da quantidade considerada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como padrão mínimo de abastecimento adequado, de 2.500 m³ anuais. Cada metro cúbico equivale a 1.000 litros.

Os dados são da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). A oferta hídrica do Grande ABC é menor do que a média total da região metropolitana de São Paulo, de 200 m³. No Estado, a disponibilidade é de 2.209 m³, enquanto a proporção nacional é de 35 mil m³.

A principal consequência da pouca oferta do recurso natural é o aumento da frequência de ocorrências de falta d’água. Santo André e Mauá registram grande quantidade de problemas do tipo, principalmente em bairros altos.

O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato, explica que a escassez é resultado do crescimento populacional da região. “A água disponível é a mesma, mas as cidades cresceram. Sobra menos para cada pessoa.” O engenheiro salienta, entretanto, que não há como a empresa criar outras fontes de abastecimento. A água potável enviada ao Grande ABC vem dos sistemas Guarapiranga, Rio Grande e Rio Claro. A Represa Billings faz parte dos dois primeiros, enquanto o terceiro fica localizado na Serra do Mar, a 70 quilômetros de Santo André.

Para mitigar os impactos, a Sabesp trará água do Rio Juquiá, no Vale do Ribeira, para a região Oeste da Grande São Paulo. O investimento é de R$ 2,2 bilhões e a previsão de término da obra é para 2018. 

O Grande ABC não será beneficiado diretamente pela transposição, mas Massato esclarece que os mananciais da região terão impacto positivo, já que parte do recurso daqui é enviado para cidades como Barueri e Cotia. “O sistema de água potável é integrado. O Cantareira entra no Guarapiranga, que entra no ABC, e assim por diante”, exemplifica. Atualmente a Sabesp tem capacidade para produção de 73 m³ do líquido tratado por segundo. Com o empreendimento, subirá para 77 m³.

Enquanto a obra não fica pronta, Massato sugere uso racional e utilização de água de reúso. O diretor cita como exemplo o projeto Aquapolo, que leva o recurso da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC até o Polo Petroquímico de Capuava, em Mauá.

Semasa pretende ampliar produção

Até 2015, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) pretende finalizar a construção de uma ETA (Estação de Tratamento de Água) nas proximidades do Parque do Pedroso. O objetivo é aumentar a produção própria de água potável de 5% para 25% do volume total consumido no município.

 O reforço na produção irá baratear a tarifa e diminuir a escassez, principalmente em bairros mais altos da cidade.

TRATAMENTO

Com capacidade para tratar 3,5 m³ de água por segundo, a ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) ABC, em São Paulo, no limite com São Caetano, atualmente trata apenas 2 m³ por segundo. O diretor metropolitano da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Paulo Massato, informa que a meta é subir a produção para 2,8 m³ até o fim do ano que vem, após a conclusão das obras dos coletores troncos na região.




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