Economia Titulo Fases da vida
Idosos investem extra
em seguros e patrimônio

Em contrapartida, pessoas de até 35 anos colocam
telefonia em primeiro lugar no ranking de consumo

Por Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
27/07/2013 | 07:10
Compartilhar notícia
Divulgação


A diferença de hábitos de consumo fica evidente quando falamos em gerações. O direcionamento dos gastos é peculiar a cada fase da vida. Em pesquisa divulgada recentemente pela Serasa Experian, os consumidores com 68 anos ou mais, quando conseguem guardar parte da renda, investem nas contratações de serviços e produtos, como seguros de automóveis (95%), de casa e de vida. Isso acontece porque essa geração valoriza a segurança e a proteção do patrimônio. “Os que nasceram até 1945 cresceram em um período em que o crédito era reduzido e se restringia a poucos financiamentos de imóveis. Ter uma propriedade era sonho de consumo”, aponta o levantamento.

Pessoas dessa faixa etária são as que consomem mais serviços básicos, por passarem mais tempo em casa. “Aqueles que têm 65 anos ou mais não tinham planos de previdência para contratarem. Guardavam dinheiro para ter uma moradia própria. Por isso, ocorre a necessidade de proteger seus bens. Na realidade, a casa, o carro são a ‘poupança’ deles. Contratar seguro para isso ou aquilo é uma forma de diminuir o risco de perda desses bens”, analisa o economista e professor da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio.

O setor do varejo corresponde a 19,5% dos gastos dos consumidores dessa faixa etária, o que engloba supermercado, lojas de vestuário, calçados etc.

Na outra ponta da pesquisa estão os consumidores da geração Y, aqueles com até 35 anos (nascidos a partir de 1978). Com afinidade maior com a tecnologia, buscam adquirir serviços de telefonia, com 22% de suas demandas por crédito e serviços.

De acordo com a Serasa, essa fatia da população cresceu com computador em casa, ao lado das novas tecnologias, como os smartphones, e vive na era das redes sociais. São jovens brasileiros que chegaram à idade de consumo com a economia estabilizada e com o crédito em expansão. Eles buscam facilidade de pagamento, não são apegados a marcas e muitas vezes guiam suas escolhas de consumo pelas mídias sociais.

Entre uma geração e outra estão mais dois grupos. Os consumidores entre 67 e 48 anos – chamado geração baby boomers – elegem a telefonia como principal serviço contratado, diante da dependência pela telefonia móvel e acesso à internet. Essa geração é de um período de redefinição dos valores tradicionais, composta por indivíduos que passaram por um reposicionamento político mundial e, no Brasil, experimentaram escassa oferta de crédito em sua chegada à vida adulta. Hoje, apreciam o estilo de vida, fazem planejamento de longo prazo e entre suas preocupações de consumo estão formar ativos para aposentadoria, tais como imóveis e carros, além de ter um bom plano de saúde.

Em seguida está a geração X – os consumidores que têm idade entre 47 e 36 anos. Esses viveram crises econômicas e hiperinflação nos anos 1980 e experimentaram a introdução de tecnologias no seu dia a dia. Gastam a renda no varejo e serviços, seguido da telefonia, TV por assinatura, planos de telefonia móvel e de internet. “É um grupo que conta com uma amplitude maior de consumo (hipoteca da casa, carro, férias, por exemplo), e geralmente não paga seus gastos à vista. Por esse motivo, também busca crédito em bancos e financeiras (32,2%).”

BANCOS E FINANCEIRAS

As instituições bancárias lideram a primeira posição de todos os grupos no quesito crédito e serviços. “É por meio dos bancos (cartões e cheques, por exemplo) que as pessoas conseguem financiar seus produtos e serviços, além do que, é no banco que as pessoas podem fazer investimentos financeiros, como a poupança”, explica Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa.

Para ele, a geração Y é hoje a que mais consome em relação às demais. “Essas pessoas constituem família mais tarde, ficam por mais tempo na casa dos pais e, por isso, investem em tecnologia e conhecimento, principalmente. Não estão preocupados em poupar e não planejam muito isso, os objetivos são outros”, completa.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;