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Gato tem sete vidas?

A expressão se trata apenas de uma crença antiga, pois o felino, na realidade, tem só uma vida

Por Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
09/06/2013 | 07:00
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Você já deve ter escutado alguém dizer que ‘gato tem sete vidas’. Na realidade, o bichano tem apenas uma que dura, em média, 14 anos. Assim, a expressão é considerada superstição, que surgiu a partir de lendas muito antigas, provavelmente inspiradas pelas características do felino.

O animal é conhecido pela agilidade e habilidade de escapar de situações de perigo sem nenhum machucado. Essa capacidade de sobrevivência, comparada a outras espécies, está relacionada ao tamanho e peso do gato. Eles permitem, por exemplo, que o bichano sofra impacto menor ao cair no chão de grande altura.

Não há diferença de habilidades entre o macho e a fêmea. O gato, porém, tem o corpo mais desenvolvido do que a gata, com a musculatura e o volume das bochechas (para defesa contra patadas na face) maiores.

Mesmo sendo esperto, o bichano precisa de cuidados como qualquer outro animal de estimação. Tem de ir com frequência ao veterinário, pois pode desenvolver várias doenças.

LENDAS - Não se sabe ao certo a origem da expressão sobre o número de vidas dos gatos. Mas desde a Idade Média existiam lendas na Europa. Uma delas está relacionada às bruxas. Naquela época, acreditava-se que os gatos, principalmente os pretos, possuíam poderes especiais, como muitas vidas.

Em países do Hemisfério Norte acredita-se que o gato tenha nove (e não sete) vidas. Esses números têm significado importante em diversas culturas. Para alguns povos, o gato também representava o mal e, por isso, era jogado do alto de construções. Mas, para a surpresa de todos, sobreviviam, passando a ideia de que tinham várias vidas.

Já no Egito Antigo, as nove vidas do gato estavam ligadas aos deuses. A adoração pelo animal era tanta que muitos eram representados com a cabeça do felino; entre eles, a deusa Bastet.

Consultoria de Alexandre Daniel, professor de Medicina Veterinária da Universidade Metodista, e da Fundação Joaquim Nabuco.

O que é superstição?

Ter superstições é crer que coisas ruins ou boas acontecem em razão de algo sem explicação científica. É natural que existam. Fazem parte da cultura humana desde o início da civilização e passam de uma geração para a outra.

Ser supersticioso também é acreditar na existência de personagens folclóricos (como Saci e Lobisomem) e em mau-olhado (tipo de olhar que causa o mal). Comer alimentos para dar sorte – como lentilhana ceia de Ano-Novo – pular sete ondas na virada do ano e jogar o dente de leite no telhado para que o permanente nasça forte são outras superstições.

Nem os animais escapam. Há pessoas que creem que algumas espécies podem fazer mal. Na Europa, diziam que as corujas eram bruxas. Por isso, amarravam as patas delas nas árvores para que morressem abandonadas. Em alguns países, acham que o corvo dá azar. A ave é ainda sinal de conflito e morte.

Saiba mais

Muita gente acha que gato preto dá azar. A crença surgiu na Idade Média, quando começaram a inventar que o bicho era mau.

Outra superstição diz que o felino (de qualquer cor) prevê o tempo. Ao arranhar tapetes e cortinas significa que vai ventar.

Bruna Kaori Kanashiro, 9 anos, de São Caetano, sempre ouviu dizerem que gato tem sete vidas, mas nunca entendeu o verdadeiro motivo de a expressão existir. “Acho que por ele ser bem inteligente e ter muitas habilidades todo mundo fala isso.” A menina tem uma gata que fica na casa da avó e gosta de observar as aventuras da bichana pelos ambientes. “Ela é bem sapeca e, às vezes, sobe em móveis altos. Fico com medo, mas nunca caiu ou se machucou”, conta.





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