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Decisão sobre Selic vai considerar a inflação
14/04/2010 | 07:00
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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, reiterou ontem que qualquer decisão que envolva a taxa de juros seguirá a orientação de manter a inflação na meta, durante palestra no 23º Fórum da Liberdade, ontem, em Porto Alegre.

Consciente que a plateia esperava alguma manifestação sobre a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que vai tratar do assunto nos dias 27 e 28, Meirelles admitiu que vem ouvindo frases como "se a Selic subir o crescimento do Brasil vai entrar em colapso", mas avisou que não anunciaria qualquer decisão. Ressaltou, no entanto, que manter a inflação na meta significa evitar riscos, garantir investimento e também reduzir os juros reais a longo prazo.

Segundo Meirelles, fatores como maior abertura do mercado e desoneração de investimentos podem ajudar a reduzir a inflação e são todos desejáveis. "O problema é quando nós nos fixamos nessas questões ideais e deixamos de controlar pelo instrumento que tem resposta rápida, de curto prazo e que funciona bem, que é a taxa de juros", ressalvou.

Meirelles lembrou que é direito básico da sociedade ter moeda com poder de compra previsível, problema que considera resolvido. Ele também defendeu o papel do governo na regulamentação financeira do mercado ao lembrar que quando organizações sistemicamente importantes entram em colapso há problemas para toda a sociedade por bloqueios aos canais que transformam poupança em investimento ou consumo. "O segredo do processo é haver regulação que, na medida em que existem instituições que possam demandar recursos do público tenham determinadas normas que sistematicamente evitem a crise, ou pelo menos mitiguem a crise."

Meirelles admitiu, no entanto que deve-se evitar interferências que elevem distorções na economia sem deixar de promover maior concorrência. "Nos próximos anos, com metas, crescimento, a taxa de juros manterá trajetória declinante", previu.




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