Política Titulo Indefinição
Procuram-se vices no Grande ABC

Escolha é importante para aumentar potencial eleitoral dos
concorrentes aos paços; até os mandatários têm problemas

Cynthia Tavares
Especial para o Diário
14/11/2011 | 07:56
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Procuram-se vice-prefeitos. Nomes aptos para ocupar a vaga estão em falta no Grande ABC. A escassez é sentida pela indefinição nas chapas majoritárias que irão disputar o pleito eleitoral do ano que vem. Até mesmo os mandatários que buscam a reeleição estão com problemas para bater o martelo sobre o companheiro de chapa.

Professora da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Jacqueline Quaresemin de Oliveira afirma que a posição de vice é função importante para o potencial eleitoral. "O posto tem papéis estratégicos. A força política e a costura com alianças e movimentos sociais", disse a docente.

Por conta disso, a especialista ressalta que o processo da montagem de chapa é complexo. "O partido discute a questão pelo lado político, principalmente por conta da governabilidade. Há também pesquisas realizadas. As legendas querem ter dados confiáveis", analisou.

A professora da Universidade Federal de São Carlos Maria do Socorro Souza Braga chama atenção para o fator financeiro. "Podemos destacar o financiamento de campanha e tempo de TV. Quanto mais o vice somar com dinheiro, mais chance", afirmou.

A importância desse cargo, principalmente no momento da campanha eleitoral, torna a decisão ainda mais complicada. A indefinição, segundo as especialistas, deve continuar até o ano que vem. "Esse é o momento de se discutir alianças", ressaltou Maria do Socorro. No Grande ABC, somente em Mauá há composição garantida na chapa governista que buscará a reeleição: Oswaldo Dias prefeito e Paulo Eugênio vice, reeditando a parceria vitoriosa de 2008.

A formação foi referendada em outubro, em reunião do diretório do partido. Até então, especulações apontavam para a possibilidade de o deputado estadual Donisete Braga (PT) compor a chapa em 2012, o que sempre foi descartado pelo parlamentar. Já as pré-candidaturas de oposição apresentam quadros nebulosos, assim como nas demais cidades da região. Até o momento, são cerca de 30 pré-candidaturas colocadas nos sete municípios.

 

OUTRAS INDEFINIÇÕES

Os outros dois prefeitos petistas passam por situação de indefinição de seus vices. Em São Bernardo, Luiz Marinho (PT) foi surpreendido com anúncio da aposentadoria de Frank Aguiar (PTB). É preciso achar nome com mesmo apelo popular que o cantor possui - muitos creditam ao petebista o bom desempenho do petista na periferia da cidade.

Já em Diadema, Mário Reali tem quatro cotados. o atual vice, Gilson Menezes (PSB), o presidente do PSB local, Manoel José da Silva, o Adelson, o presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB), e a vereadora Cida Ferreira (PMDB). O chefe de Gabinete, Osvaldo Misso (PT), corre por fora, mas o PT quer chapa mista. Cida não tem simpatia dos militantes petistas, Gilson segue com prestígio junto a Reali, mas não goza de apoio dos filiados do PSB, que preferem indicar Adelson. Laércio é o nome menos comentado, mas que não tem tanta rejeição. A oposição, com os pré-candidatos Lauro Michels (PV) e José Augusto (PSDB), não tem parceiros.

O prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), também encontra-se num impasse. O secretário de gabinete, Nilson Bonome (PMDB), vislumbra a vaga. Do outro lado, Carlos Grana (PT) quer completar sua chapa com alguém do ramo empresarial e está em busca de nomes, principalmente dentro da Associação Comercial e Industrial de Santo André.

 

Na sucessão, quadro também é complicado

 

As cidades que não passarão pelo processo de reeleição em 2012 sofrem ainda mais com a indefinição dos vices. A preocupação é em dobro, pois a escolha passa, inclusive, pelo nome do cabeça da chapa.

Em São Caetano e Ribeirão Pires, onde os candidatos governistas ainda não foram definidos, a discussão de vice fica em segundo plano, por enquanto.

Na oposição, a falta de opção de partidos aliados prejudica os candidatos, pois a maioria das legendas nestas cidades está ao lado da administração.

O prefeito Clóvis Volpi (PV) garantiu que a vice ficará com seu partido. Tudo indica que a secretária de Educação Rosi de Marco seja detentora da indicação. Maria Inês Soares (PT) e Saulo Benevides (PMDB) não passaram das sondagens até agora.

Rio Grande da Serra é a exceção. As principais candidaturas já possuem seus vices. O pré-candidato Cláudio Manoel Melo, o Claudinho da Geladeira (PT), colocou a missionária Cida Santos como vice - o objetivo é atrair o reduto evangélico, que possui cerca de 9.000 eleitores, segundo o petista.

Na ala governista, o secretário de Obras Gabriel Maranhão (PSDB) está em dúvida entre Marilza de Oliveira (PTB) e o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico, Gilvan Mendonça (PTB). Ambos trocaram o PSDB pelo PTB de olho na vaga.




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