O Exército dos Estados Unidos anunciou neste sábado o início de uma ofensiva militar, com o apoio de forças iraquianas, no oeste do Iraque, na fronteira com a Síria, destinada a restabelecer a segurança naquela área, considerada porta de entrada dos combatentes da Al Qaeda no Iraque. Esse setor fronteiriço se estende sobre 600 quilômetros e permite, através da Síria, o contrabando que é a fonte de renda de muitas comunidades locais.

"Um total de 2,5 mil marines, marinheiros e soldados do Regimental Combat Team, e mil soldados iraquianos iniciaram neste 5 de novembro uma operação batizada de Al Hajib Elfulathi (Cortina de Aço) na província de Al-Anbar", diz um comunicado do Exército. "O objetivo da operação é restaurar a segurança ao longo da fronteira, e a destruição da rede terrorista da Al Qaeda no Iraque, que opera em Hussaybah", explica o texto.

A ofensiva é a mais recente de uma série de operações lançadas pelas forças americanas na região de Al-Anbar. Desde o fim de setembro, houve quatro operações semelhantes no vale do Eufrates. A última delas, que começou em 1º de outubro, durou seis dias e envolveu cerca de mil soldados, principalmente marines, e causou a morte de mais de 50 rebeldes.

"A ofensiva Cortina de Aço faz parte da estratégia Sayad (Caçador), destinada a impedir que a Al Qaeda atue no vale do Eufrates e a estabelecer uma presença militar comum (iraquiano-americana) permanente na fronteira", diz o comunicado.

"Com a eliminação da influência terrorista ao redor de Husayba, as tropas da coalizão e as forças iraquianas querem garantir um ambiente seguro para a população dessa região antes das eleições de 15 de dezembro", acrescenta o texto, afirmando que "os rebeldes impediram os habitantes de Husaybah de participar do processo democrático, com assassinatos e intimidações", em referência ao referendo sobre a Constituição, realizado no último dia 15 de outubro.

"Desde o começo do verão, a capacidade de combate das forças iraquianas aumentou em Al-Anbar", afirma o comunicado, destacando que a ofensiva Cortina de Aço é a primeira da qual participam batalhões iraquianos juntamente com a Força Multinacional.

As rotas do contrabando também se abrem aos rebeldes procedentes do exterior, a maioria de outros países árabes, que cruzam a fronteira em pequenos grupos, explica o coronel Stephen Davis. "Não entram batalhões, e sim líderes, homens de finanças e especialistas em explosivos", afirma. Segundo Davis, os marines que patrulham essa região apreenderam uma grande quantidade de munição, inclusive mísseis antiaéreos.

Autoridades americanas acusam o governo sírio de permissividade em relação a esses rebeldes, incluindo os que têm ligação com Abu Musab al-Zarqawi, líder da Al-Qaeda no Iraque. Também recriminam aquele país por deixar que seu território seja usado como retaguarda e refúgio, o que Damasco desmente. O Exército americano anunciou que três de seus soldados morreram nesta sexta-feira no Iraque.