Cameron Diaz, Ashton Kutcher, muito álcool, capelas de casamento a jato e uma grande ressaca moral. Sim, mais um romance calcado em seqüência de erros é despejado nas salas a partir de hoje. Trata-se de Jogo de Amor em Las Vegas, em exibição na região e em São Paulo.

Dirigida pelo escocês Tom Vaughn, que estréia em longas depois de fazer filmes e séries para a TV (como Amor Imenso, da HBO), a comédia é uma sucessão de chavões comuns a outros tantos títulos: a mocinha tensa, o galã largado, os respectivos melhores amigos que se odeiam e a indefectível tensão sexual que nasce a partir da convivência.

Os protagonistas também nem se deram ao trabalho. Experientes, fizeram mais do mesmo. Impossível não reconhecer trejeitos que Cameron usou no recente O Amor Não Tira Férias (2007). Quanto ao par da atriz... Bem, Kutcher é apenas Kutcher. Como foi em sua estréia, na comédia televisiva That's 70's Show, e como é em Punk'd, programa da MTV em que exercita a veia sádica pregando peças nos colegas do showbizz.

A aposta segura revelou-se um tiro n'água. A loira, em geral adorável na pele de suas garotas, dá sinais (inclusive físicos) de cansaço. Fica difícil enxergar química com o garotão. Mas algumas piadinhas bem posicionadas salvam o público do tédio completo. Não por acaso, as cenas envolvem também os coadjuvantes Lake Bell e Rob Corddry, os tais confidentes dos mocinhos.

Para justificar o encontro de par tão improvável, o ponto de partida é a meca da jogatina. A agente da Bolsa Joy McNally (Cameron) leva um fora humilhante do noivo e o marceneiro Jack Fuller (Kutcher) é demitido pelo próprio pai. Saem de Nova York e vão afogar as mágoas na Cidade do Pecado ao lado dos camaradas. Do primeiro encontro ao casamento passam-se apenas algumas horas. No dia seguinte, além de confirmarem a primeira impressão: se odeiam, eles ganham US$ 3 milhões em uma máquina caça-níqueis. Para ficar com o dinheiro, terão de dividir o mesmo teto por seis meses e fazer terapia. Puro déjà vu.