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Aumento de varejistas pode frustrar compras
Do Diário do Grande ABC
12/10/2010 | 07:10
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A negociação de aumento para os funcionários do setor varejista pode frustrar quem não conseguiu se programar para o feriado com antecedência em São Paulo.

Os comerciários ameaçam não abrir lojas para forçar nova rodada de negociação com a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), Segundo o presidente da entidade, Ivo Dall'Acqua Jr, a situação mostra "desrespeito ao consumidor, que tem o direito de ir às compras quando melhor lhe convier."

Segundo Dall'Acqua, os funcionários do setor usam a ameaça como arma para negociar aumento ainda maior na convenção coletiva que regulariza os salários da categoria, bem como acorda o funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos domingos e feriados, marcada para os próximos dias.

"Isso acontece porque, em São Paulo, a abertura das lojas nestas datas está condicionada a acordo entre os empregadores e os funcionários", explica. "Sob o risco de prejudicar o consumidor, eles estão reivindicando um aumento que não podemos conceder, e ignoram que o acordo que propomos apresenta as melhores condições dos últimos anos", pondera Dall'Acqua.

O acordo que a Fecomercio propôs, em setembro, prevê o aumento dos salários em 7%, o que proporcionaria um ganho real aos trabalhadores que teriam seus salários aumentados acima da inflação. Além disso, o piso da categoria teria reajuste ainda maior, 7,8%. Os trabalhadores, no entanto, argumentam que o comércio tem apresentado crescimento expressivo nos últimos anos e, portanto, poderia fornecer reajuste mais alto.

Dall'Acqua contrapõe que em sete anos, o comércio cresceu 54%, mas, no mesmo período, foram criadas 58% mais vagas de emprego. Os números são reforçados pelos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que apontam o surgimento de 39.428 mais postos de trabalho no comércio varejista da Capital até o mês de agosto. "Em comparação ao mesmo momento de 2009, houve aumento de 14,97% no nível de contratações na cidade de São Paulo", afirma o economista Flávio Leite.

Por fim, além de defender crescimento sustentado e responsável, no qual todos participam dos ganhos, a Fecomercio destaca que o trabalho durante os feriados traz benefícios para os comerciários que, além dos ganhos normais, como o vale transporte e refeição, recebem as horas trabalhadas nesse dia em dobro e têm direito a uma folga na semana seguinte.




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