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Metalúrgicos obtêm aumento real
Por Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
28/08/2005 | 08:20
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Os metalúrgicos de São Bernardo e Diadema aceitaram neste sábado, em assembléia, a proposta das montadoras de aumento salarial, realizada em negociação com sindicatos da CUT e da Força Sindical. O Sinfavea (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) ofereceu reposição da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais o aumento real de 3,7%, totalizando um reajuste superior a 9%.

A proposta patronal, fechada em uma reunião que durou mais de 15 horas - das 11h de sexta-feira às 3h30 de sábado -, ainda prevê um aumento de quase 12% para o piso salarial da categoria, que passará de R$ 850 para R$ 950.

O aumento real de 3,7% será condicionado ao teto salarial de R$ 6.523 - os trabalhadores que receberem mais do que isso terão reajuste da inflação adicionado de um abono fixo de R$ 586. Na terça-feira, os metalúrgicos da GM, em São Caetano, filiados à Força Sindical, avaliarão a proposta.

Este é o terceiro ano consecutivo que os metalúrgicos das montadoras conseguem aumento de salários acima da inflação. Em 2003, os trabalhadores conseguiram a reposição pelo INPC acrescida de 2%, totalizando aproximadamente 20% de aumento, e em 2004 os metalúrgicos conseguiram 4% acima da inflação, alcançando um reajuste de pouco mais de 10%.

A assembléia para aprovação da proposta, que reuniu aproximadamente três mil pessoas em frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT), contou com a participação do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), ambos ex-presidentes da CUT e do sindicato.

"Não víamos uma série de três aumentos reais de salários há pelo menos 15 anos. Nos últimos três anos estamos totalizando um aumento de salários além da inflação próximo de 10%", afirmou José Lopez Feijóo, presidente do sindicato.

A campanha salarial dos metalúrgicos, entretanto, ainda não está encerrada. As negociações com o Sindipeças (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Autopeças), os Grupos 9 (máquinas, eletroeletrônicos e outros) e 10 (mecânica, funilaria, iluminação, estamparia e outros) e o setor de fundição ainda estão acontecendo.

Paralisações - Segunda, o sindicato deve começar a organizar paralisações em empresas do Grupo 9 no Grande ABC, e o resultado da negociação com o Sindipeças, que também acontece segunda, poderá deflagrar atos em empresas do setor na região.

O acordo com as montadoras, na avaliação dos sindicalistas, servirá como referência para as outras negociações que estão em curso, todas com data-base em setembro (com exceção do Grupo 9, em agosto). "Agora o parâmetro já está criado. Vamos negociar com os outros setores com a perspectiva de fechar um acordo igual", afirmou José Paulo Nogueira, diretor-executivo do sindicato.

O acordo para o ano de 2006, fechado neste sábado em mesa de negociação, e que previa a reposição da inflação e o aumento real mínimo de 1,3%, não foi aprovado na assembléia. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Volkswagen recusou a proposta depois de negociada com o Sinfavea.




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