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'Selecionáveis' ofuscam Marcelinho no Corinthians
Por Nelson Cilo
Especial para o Diário
31/03/2000 | 00:15
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  Um, dois, três: gravando. Os microfones das emissoras de rádio e as câmeras de TV ficaram em cima de Ricardinho e Edílson ao final do coletivo desta quinta do Corinthians. Os dois voltaram da Seleçao Brasileira como as novas estrelinhas do Corinthians e roubaram as melhores cenas no Parque Sao Jorge. Vampeta e Dida também participaram da primeira rodada sul-americana das eliminatórias para a Copa do Mundo, mas, normalmente arredios, passaram praticamente desapercebidos. Dida, aliás, gastou o repertório na terça-feira ao falar sobre o futuro dele no Corinthians ou no Milan, o dono do passe. A novela continua, mas o goleiro deve mesmo ir para a Europa.

Acostumado ao assédio exagerado da imprensa, Marcelinho Carioca igualmente sentiu o gostinho do anonimato. Concedeu duas ou três rápidas entrevistas e, sem que o incomodassem, desceu pelo túnel. O meia-atacante, talvez o mais alto salário do clube - teria sido reajustado para R$ 180 mil mensais - conseguiu dirigir-se calmamente para os vestiários.

Nada mais estranho para quem antes enfrentava o cerco implacável dos repórteres. Nesta quinta, ao contrário, nem todos queriam ouvi-lo. Um dos personagens era Ricardinho. O meia precisou repetir dezenas de vezes que sentiu uma felicidade imensa ao atuar no segundo tempo contra a Colômbia. "Espero completar meu sonho. Pretendo voltar lá, claro. Nao posso interromper minha luta. Vou trabalhar como nunca para merecer outras chances", disse Ricardinho, que deu a camisa azul do Brasil de presente ao pai, José Luís. "O velho sempre me incentivou na carreira".

Depois de responder a um número incontável de perguntas, o craque ainda mantinha calma e naturalidade. Segurava um copo de água nas maos. Em nenhum instante, assumiu a pose de vedete. "Nao vou mudar meu jeito. Agora, minha vida segue numa boa."

Se Ricardinho permaneceu compenetrado o tempo todo, Edílson nao parava de sorrir. Era como se fosse o reizinho do grupo. Ele nao escondia de ninguém que a Seleçao Brasileira o deixou nas nuvens. O atacante nem ligou para o detalhe de nao aparecer desde o início no jogo de Bogotá. Só fechou a cara no momento em que insinuaram uma suposta guerra de vaidades entre ele e o esquecido Marcelinho Carioca. Se é verdade ou mentira, nao importa. Edílson marcou um dos gols dos titulares. O cruzamento surgiu de Marcelinho Carioca, pela direita. Aparentemente solidários, os dois trocaram tapinhas na palma das maos.




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