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Brasil pode levar o segundo ouro olímpico no tapetão com Vanderlei
Kati Dias
Do Diário do Grande ABC
03/06/2005 | 08:22
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Depois de nove meses, o fundista Vanderlei Cordeiro de Lima, da BM&F/ São Caetano, tenta nesta sexta conquistar a medalha de ouro da maratona da Olimpíada de Atenas (2004). O atleta e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) participam do julgamento na CAS (Corte Arbitral do Esporte), última instância mundial de apelação do esporte, em Lausanne (Suíça). No recurso, o COB solicita que seja dado o ouro ao fundista sem prejuízo ao italiano Stefano Baldini, vencedor da prova.

Este poderá ser o segundo ouro brasileiro no tapetão, caso o recurso seja aceito pela CAS. A primeira medalha veio com o cavaleiro Rodrigo Pessoa, que herdou o ouro do salto individual. O irlandês Cian O’Connor perdeu o título de campeão na Grécia em razão do doping do cavalo Waterford Crystal.

No dia 29 de agosto de 2004, Vanderlei liderava a maratona quando foi agarrado no 36º quilômetro pelo ex-padre irlandês Cornelius Horan. Mesmo com o ataque, o atleta voltou à prova graças a ajuda do grego Polyvios Kossivas, e obteve o bronze. O anjo que protegeu Vanderlei veio ao Brasil em dezembro e se encontrou com o maratonista durante a cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Olímpico, no Teatro Municipal do Rio. Além de ajudar Vanderlei no momento da prova, Kossivas também deu novo depoimento sobre o episódio, anexado ao processo enviado à CAS.

“A defesa do COB se baseia na impossibilidade de se prever o resultado da prova, caso não tivesse sido segurado. Serão demonstrados os prejuízos físicos e morais acarretados ao Vanderlei em decorrência do ataque e a influência do abalo físico e psicológico em seu desempenho final”, explicou Sérgio Mazzilo, advogado da entidade e do fundista.

Apelação – O COB levou o caso à CAS pelo fato de a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) ter mantido o resultado oficial da prova. Na época, o presidente do júri de apelação da Iaaf, Amadeo Francis, informou que a federação manteve o resultado pois o regulamento não prevê alteração pelo motivo alegado pelo COB, de que Vanderlei teria tido o empenho prejudicado com o ataque do ex-padre.

Para compensar o incidente, o COI (Comitê Olímpico Internacional) concedeu ao atleta a entrega da medalha de Pierre de Coubertin. Segundo a entidade, o brasileiro deu demonstração de fair play ao continuar o trajeto. A medalha leva o nome do homem que resgatou os Jogos Olímpicos e costuma ser entregue como recompensa a uma atitude ilustre ou por espírito esportivo.




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