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Information Society volta ao País
07/08/2009 | 07:00
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Decano do tecnopop, o veterano grupo norte-americano Information Society apareceu na cena musical em 1988, vindo da improvável Minneapolis (conterrâneos, portanto, de Prince). Ao lançar o single "What's on Your Mind" (Pure Energy), projetou-se como uma febre radiofônica entre os hits da época - o DJ Tonyy incendiava o Madame Satã com aquilo.

Ao longo das duas décadas seguintes, o InSoc fez a cama para o futuro com outras antenas pop, como Walking Away, Repetition, Think e Peace and Love, Inc. O nome da banda, sugeria uma tese de comunicação de massas. E aquele futuro se realizou, a sociedade da informação afigurou-se como a nova ordem.

O InSoc retorna amanhã ao País para turnê nacional. Em São Paulo, os músicos apresentam-se na quarta, às 21h30, no Via Funchal.

O tecladista e baixista James Cassidy falou sobre os novos planos da banda, que tocou no País todo, da danceteria Toco a Goiás, e foi atração da segunda edição do Rock in Rio, em 1991. "Há quatro anos, nós não sonhávamos voltar com a banda. Fizemos uma turnê por diversão, a convite do canal VH1, mas depois recebemos ofertas para fazer mais shows", conta Cassidy.

"Fazemos por diversão, mas parece que estamos nos concedendo um segundo ato, embora não levemos a sério demais. Encaramos apenas como um novo concerto a cada dia."

Cassidy vê com sentimentos ambíguos a era das redes de relacionamento social na internet. "Há um tipo de perigo que é o da perda do espaço público. A superexposição pode ser danosa. Por outro lado, todas as pessoas podem expressar suas opiniões, e essas eram nossas ideias quando começamos".

SUCESSO - O auge do Information Society se deu paralelamente à grande influência global dos ingleses do New Order, mas Cassidy revela que foram duas bandas alemãs que lhes deram régua e compasso: o Kraftwerk e o Deutsch-Amerikanische Freundschaft (popularmente conhecido como D.A.F.). "Ouvíamos qualquer coisa que não fosse da América. Rejeitávamos tudo aqui, o hard rock, os guitar heroes. A gente vivia em Minneapolis, muito distante das costas Leste e Oeste, e os seriados de ficção científica,como Star Trek, eram muito mais influentes para nós. Gostávamos do Yellow, do Gary Numan, do Devo. Tentávamos emular aquilo, mas acho que interpretamos tudo mal e criamos nossa própria música."

Os integrantes do InSoc nunca interagiram com o maior astro da cidade natal, Prince. "Nós costumávamos chamá-lo de Gazoo, aquele personagem espacial dos Flintstones. por causa do corpinho magricela e da cabeçona", zomba Cassidy.

"Quando começamos, éramos limitados pela tecnologia existente. Por ironia, para recriar aquilo que fazíamos no início, e que era fácil de ser criado, hoje temos de recorrer aos computadores. A tecnologia tornou um show mais barato. Antes, nós costumávamos carregar toneladas de equipamentos. Agora, é barato e fácil, está tudo num laptop."

Information Society - Show. Quarta, às 21h30. No Via Funchal - Rua Funchal, 65, São Paulo. Tel.: 3044-2727. Ingr.: R$ 140 a R$ 200.




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