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Crise é esquecida no Salão Imobiliário
Por Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
21/11/2008 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


No primeiro dia do 3º Salão Imobiliário do Grande ABC, que ocorre até domingo no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo, a movimentação não era intensa nos corredores, mas as mesas de negociação nos estandes estavam cheias de pessoas pesquisando preços e condições de financiamento.

Apesar da ameaça da crise internacional, a expectativa de visitantes no primeiro dia era de 2 mil pessoas. "Até às 15h já passaram por aqui 1,5 mil", afirmou Fernando César, organizador do salão.

Ao todo, são 25 expositores, entre construtoras, consórcio, móveis e acessórios e bancos. Onze empresas desistiram de participar do evento há um mês, mas seis voltaram atrás e pediram para voltar. "As construtoras que não estão aqui hoje estão com problemas. O susto prevaleceu mais que a razão", diz César. Segundo ele, a expectativa é que a edição do evento encerre com R$ 60 milhões em negócios. Em 2007, foram R$ 80 milhões, mas a crise reduz a margem.

SEM CRISE
A atendente de telemarketing Keli Oliveira, estava ajudando seu irmão Edenilton Pereira, operador de empilhadeiras, a encontrar um apartamento de dois dormitórios. A idéia, segundo Pereira, é, com ou sem turbulência, reduzir o valor do aluguel, "Hoje pago R$ 650 de aluguel. Quero encontrar um financiamento com parcelas de no máximo R$ 450 por 20 anos".

Luciano Malaquias Souza, engenheiro de software, acredita que nosso País não está em crise e nem vai estar. "O efeito está se dando mais em outros países. E aqui, o governo está lidando de maneira eficaz com a situação. Acho que não temos com o que nos preocupar". Souza já tem um imóvel, mas busca por um apartamento de 2 ou 3 quartos e financiamento de até 25 anos, com prestações de R$ 800.

Carolina Costa, atendente de telemarketing, vai se casar no ano que vem. "Com ou sem crise vou comprar, pois tenho casamento marcado". Ela procura parcelas de R$ 500, e vai dar como entrada o saldo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

O casal Sérgio Costa, vendedor, e Mônica de Andrade, estudante de química, estava em busca de um consórcio, em virtude dos juros menores. "O problema é esperar até dois anos para receber o imóvel. Quando você decide casar, não dá para ficar esperando muito", afirma Costa. Mesmo assim, ele ainda procura por uma boa oferta no salão, de preferência que tenha parcelas que ocupem 20% de seu salário. Em relação à turbulência, ele diz: "A crise esta aí, mas eu não vejo crise, vejo opção. Se hoje os preços ainda estão salgados, acredito que em poucos meses estarão menores".

O OUTRO LADO - Para Luiz Antonio Migliani, gerente comercial da construtora Ipoã, somente no primeiro dia, até o final da tarde, foram registradas 45 visitas que renderam três negócios fechados e seis em andamento.

"Tendo em vista a atual situação econômica mundial e a desistência de outras construtoras em participarem do salão, é um bom resultado para nós", acredita Migliani.

Ele, diz que esta é uma crise que vai afetar apenas quem financiar um imóvel com valor acima de R$ 250 mil. "Apartamentos de R$ 130 mil, a Caixa Econômica Federal financia integralmente. Com valores superiores, é preciso dar pelo menos uns R$ 90 mil de entrada".

A Plazza Brasil Imóveis, outra expositora, este ano oferece imóveis de quatro construtoras diferentes: Residencial Premier, Gold Farb, Exemplar e Fratta.

Valéria Correa, responsável pela imobiliária, contou que já haviam fechado quatro unidades, e que seis estavam em andamento. "Em 2007, com apenas uma construtora, vendemos R$ 3 milhões. Este ano espero vender R$ 15 milhões".




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