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Mulheres se unem por aumento de espaço político no Grande ABC

Grupo fomenta debate e encontros para encorajar candidaturas femininas

Daniel Tossato
do Diário do Grande ABC
09/12/2019 | 07:29
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Divulgação


Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra são raras exceções no Grande ABC que já confiaram a uma mulher a missão de dirigir a Prefeitura. A ribeirão-pirense Maria Inês Soares (PT) foi chefe do Executivo entre 1997 e 2004, enquanto a rio-grandense Irineia José Midolli administrou a cidade de 1973 a 1977. Atualmente, esses municípios sequer têm vereadoras, cenário que fez emergir ideia de fomento da participação feminina.

Grupo de moradoras das duas cidades iniciou mobilização para aumentar espaço delas no meio político do Grande ABC. Segundo a advogada Andreina Bravo, de Ribeirão, o objetivo do movimento é tentar acabar com a “sub-representação” da mulher na política, ainda mais em um País onde 52,6% do eleitorado é formado por mulheres, segundo o site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Para ela, há uma exclusão histórica das mulheres do jogo político.

“O fato é que muitas mulheres ainda têm muita dificuldade de ocupar cargos de poder. Desde as câmaras dos vereadores, até o Senado Federal, a taxa de representatividade permanece baixa”, alegou.

Além de Andreina, o grupo é formado pela pedagoga Keila Diniz, de Rio Grande da Serra, e pela promotora legal Fabiana Florentino de Oliveira, também de Ribeirão Pires. A ideia, segundo as integrantes do coletivo, é a de expandir e iniciar processos de debates e encontros com eleitores por todo o Grande ABC.

Por meio desses encontros, o bloco pretende mudar o panorama político da região e conseguir espaço equilibrado para as representantes do sexo feminino em relação aos políticos. “O movimento pretende dar visibilidade às mulheres em todas as esferas políticas. É importante conseguirmos quebrar o paradigma de sexo frágil”, declarou Keila.

Segundo Andreina, o movimento é organizado pelo Ministério Público de São Paulo, junto de organizações da sociedade civil, o que dá ainda mais credibilidade ao movimento. As principais bandeiras e demandas são exigência da reserva de 50% do número de cadeiras para deputados federais, estaduais e vereança para as mulheres. Além disso, o movimento pede que 25% dos assentos sejam destinados às mulheres negras. O pleito também envolve melhor distribuição de financiamento eleitoral às campanhas femininas.

Neste ano, uma emenda constitucional proibiu, já para a próxima eleição, a celebração de coligação em eleições proporcionais. Um dos principais reflexos será no registro de candidaturas, já que os partidos deverão indicar o mínimo de 30% de mulheres filiadas para concorrer ao pleito.

“Queremos que (em 2022) esse movimento esteja ainda mais fortalecido e que seu reflexo faça mais mulheres serem eleitas. Mulheres politizadas, conscientes e dispostas a promoverem justiça e igualdade social”, definiu Fabiana.

Segundo levantamento da UIP (União Interpalamentar) realizado em 2019, o Brasil ocupa a posição de 152, em um ranking com 190 países, em relação ao percentual de parlamentares homens e mulheres na Câmara dos Deputados. Com 77 mulheres, a bancada feminina representa apenas 15% de todos os 513 deputados na Casa. 




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