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Dinheiro no FGTS rende mais do que na poupança
Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
21/08/2019 | 06:45
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EBC


O anúncio da liberação do saque de R$ 500 do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que será feito a partir de 13 de setembro, trouxe expectativas para a economia e principalmente para o trabalhador com relação à aplicação do montante. Especialistas ponderam que o valor só deve ser sacado se tiver destino certo, já que, em alguns casos, pode ser mais vantajoso que o recurso continue no fundo, que permite rendimento maior do que a poupança e outros investimentos.

Recentemente, o governo federal anunciou que vai distribuir 100% dos lucros do FGTS, o que representa R$ 12,2 bilhões – o montante será depositado até o fim do mês, sendo proporcional ao saldo. Com a divisão do resultado, cada conta terá um lucro médio de 6,18%, sendo que, anteriormente, cada uma rendia cerca de 3% ao ano.

O percentual, por exemplo, é maior do que a Selic, taxa básica de juros determinada pelo Banco Central, que está atualmente em 6% ao ano e corrige a maioria das aplicações. Há expectativa do mercado de que a Selic seja reduzida ainda neste ano. O lucro do FGTS também supera a correção da poupança (4,2% ao ano, ou 70% da Selic).

Segundo o educador financeiro Reinaldo Domingos, é importante que o valor só seja sacado se tiver um destino certo. “Isso é importantíssima porque é um dinheiro de uma reserva futura. Se a pessoa pegar só para deixar na conta, isso vai acabar sendo gasto, como acontece com a restituição do imposto de renda e o 13º salário. Ele deve ser destinado imediatamente para a quitação de uma dívida ou aplicação na previdência privada, para quem estiver próximo de se aposentar, por exemplo”, sugeriu o especialista.

“Caso a pessoa pretenda comprar algum bem, pode usar o valor do FGTS para negociar e pagar à vista com desconto”, afirmou o consultor de investimentos da Magnetis, gestora de investimentos pessoais, Daniel Januzzi. Segundo ele, utilizando essa opção, “é bem provável que o desconto seja maior do que investir o dinheiro no curto prazo”.

Se o trabalhador optar por comprar um carro em longo prazo, uma sugestão pode ser deixar o valor no CDB, que tem lucro atrelado ao Imposto de Renda ou até mesmo ao tesouro direto. “Depende das metas de cada um, mas esse é um investimento mais de longo prazo, que precisa ficar pelo menos dois anos lá. Posteriormente, esse valor pode ser utilizado para dar uma entrada no automóvel”, destacou Domingos.

Apesar de ainda ser bastante popular, a caderneta de poupança é o investimento menos vantajoso, já que possui a menor taxa de rendimento entre os itens listados. “Há muito tempo a poupança não é um bom investimento. Existem diversas opções mais rentáveis e seguras que a poupança”, alertou Januzzi.

Para quem procura um investimento rentável e possui uma reserva, o especialista indica o tesouro Selic, vinculado à taxa básica de juros. Ele pode ser uma boa opção, principalmente para o dinheiro do PIS (leia mais abaixo), que deve ser sacado pelo trabalhador e não possui nenhum rendimento caso isso não seja feito.

“A primeira indicação é que a pessoa tenha uma reserva de segurança. Algo próximo a três a seis meses de custo mensal no tesouro Selic é um excelente opção. Depois, é importante começar a diversificar os investimentos com outras categorias de acordo com o seu perfil de risco e prazo”, afirmou Januzzi.  




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