Segundo o francês René Cysso, engenheiro chefe do Comitê Científico e Técnico das Indústrias Climáticas (CISCO), realidade e ficçao podem se confundir se os programas integrados aos mecanismos automáticos de abertura (horários, códigos de acesso) e aos diferentes sistemas de porteiros eletrônicos nao forem verificados corretamente.

Cysso fez uma série de análises, junto com profissionais do setor, sobre os riscos do bug do milênio nos prédios.

O risco principal é que os microprocessadores confundam o 1º de janeiro de 2000, que será um sábado, com o 1º de janeiro de 1900, que foi uma segunda-feira, e decidam abrir as portas de escritórios e lojas.

Podem ocorrer falhas nos sistemas de vigilância, como por exemplo, o funcionamento inesperado dos alarmes ou, ao contrário, o nao funcionamento, sobretudo no caso de pequenas empresas cujos sistemas nao tiverem sido suficientemente controlados.

Existe o risco de que as portas se abram de forma imprevista, mas também de que fechem definitivamente e nao respondam ao ser marcar um código ou ao ser introduzida um cartao magnético. Esta oportunidade poderá afetar os moradores de edifícios cujo sistema de porteiro automático, que estariam impossibilitados de voltar a suas casas depois de comemorar o Ano Novo.

Os sistemas de televigilância estarao vulneráveis esta noite. Compostos de múltiplos microprocessadores de origens diversas, podem deixar de funcionar ou simplesmente nao transmitir os alarmes. Estes sistemas, utilizados nos grandes edifícios de escritórios e edifícios industriais, servem para dar o alerta em caso de incêndio, de avaria ou roubo.

Se os relógios eletrônicos nao estiverem programados para passar para o ano 2000, os sistemas de alarme nao funcionarao. O risco é que esta falha nao seja detectada imediatamente, mas só quando um problema ocorrer, explicou Jean-Paul Karpeles, delegado-geral da Federaçao Francesa de Indústrias Eletrônicas e de Comunicaçao (FIEEC).