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Corinthians mantém hegemonia no Paulistão

Vitória por 2 a 1 contra o rival São Paulo, ontem à tarde, faz Timão celebrar tricampeonato da disputa estadual

Luís Felipe Soares
22/04/2019 | 07:03
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Reprodução/Instagram


A hegemonia paulista continua nas mãos do Corinthians. Com o placar de 2 a 1, o São Paulo foi superado pelo elenco comandado por Fábio Carille, agora tricampeão do Paulista – fato que não ocorria na história do Timão desde 1937-1939. O troféu é o 30º conquistado pela equipe alvinegra, superando com larga vantagem Palmeiras e Santos, ambos com 22 títulos, além do rival de ontem à tarde, vencedor em 21 oportunidades (a última em 2005).

“Não sei se sou um bom técnico, mas sou abençoado”, afirmou Carille depois do fim do confronto ocorrido na Arena Corinthians. “O campeonato foi difícil e jogado longe do que podemos, oscilamos bastante. O importante é que fizemos coisas boas e conseguimos ser campeões. É uma forma do Corinthians, não do Carille. Mas temos que melhorar muito, propor mais o jogo, jogar mais.”

CONFRONTO TENSO

A partida começou tensa para ambos os lados, com os donos da casa demonstrando mais agitação. As equipes apostaram bastante em descidas por seus lados direitos, com poucas jogadas efetivas e muita troca de passe para tentar abrir espaço nas defesas adversárias, com o Corinthians tendo maior posse de bola. 

Pressão do time mandante, com mescla de cruzamento, falta cobrada e chute desviado acabou em escanteio pela direita. Aos 31, o lançamento pela linha de fundo encontrou Ralf e ele cabeceou para dentro da pequena área. O goleiro Volpi demorou para reagir e o lateral-esquerdo Danilo Avelar (criticado pela torcida e marcando em jogos decisivos) apareceu rápido e sem marcação para desviar para o fundo da rede e fazer 1 a 0.

O gol deixou o jogo mais aberto, com o São Paulo tendo de ir para cima e o Timão puxando contra-ataques a todo o momento. Apesar de tudo, as jogadas não resultavam em chances reais. Com talento individual, o jovem Antony mostrou precisão, nos acréscimos. Aos 47 minutos, o atacante mandou chute rasteiro no canto esquerdo, com a bola ainda resvalando na trave antes de entrar e calar a arena na saída da primeira etapa diante do empate inesperado.

No segundo tempo, Cuca apostou na qualidade e experiências de Hernanes, que saiu do banco para comandar o meio-campo tricolor. A presença do jogador deixou o time controlando a bola e evitando pressão corintiana inicial. O jogo se mostrou truncado e com poucos chutes dos dois lados. Entrada de Vágner Love no lugar de Pedrinho, aos 20 minutos, trouxe esperança, assim como a aposta de Carille no argentino Boselli com a saída de Gustavo, aos 27. 

As substituições tentaram agitar as coisas, com a tensão da final parecendo afetar os rivais. A falta de ataques agressivos deixou no ar o cheiro da disputa por pênaltis até os últimos minutos. Um tanto quanto esquecido em campo, Sornoza teve calma ao conduzir a bola pelo centro e fazer lançamento perfeito para Vágner Love. Aos 44, ele mandou um quase voleio para chutar e transformar a tensão na arena em felicidade dos corintianos. Detalhe: foi o único gol de Love no Paulistão, decisivo o bastante para manter o Corinthians no topo da disputa estadual e coroar seu retorno ao time na temporada.

Cássio chega a nove títulos ganhos

A temporada tem sido especial para Cássio. Aos 31 anos, o goleiro chama a atenção pela sequência de bons jogos realizados, defesas importantes nas últimas partidas decisivas e pela conquista constante de títulos. Com o Campeonato Paulista de 2019, ele entra definitivamente para a história do Corinthians, acumulando nove troféus, todos vencidos como titular.

Cássio chegou ao clube no fim de 2011, vindo do PSV, da Holanda. Ele assumiu a posição já na temporada 2012, quando ajudou a festejar a Copa Libertadores e o Mundial de Clubes. Completam a lista dois Campeonatos Brasileiros (2015 e 2017), uma Recopa (2013) e quatro Campeonatos Paulistas, incluindo o deste ano.

“Estou feliz pelo momento. Tenho só que agradecer a Deus por tudo que tenho feito”, comentou o goleiro. “Apenas tenho realizado meu melhor pelo Corinthians. Meu objetivo é me dedicar sempre e cada vez mais ao time.” O camisa 12 foi o único atleta do elenco a jogar todas as partidas da equipe no Paulistão deste ano – foi substituído no duelo de ida contra a Ferroviária pelas quartas de final.

Ele superou nomes como Del Debbio, Kléber, Alessandro, Chicão e Danilo, com oito títulos cada um em suas passagens pelo Timão. Ídolo com atuação nos anos 1990 e 2000, Marcelinho Carioca tem no currículo dez títulos, contando dois sem qualquer expressão (Copa Bandeirantes de 1994 e Ramón de Carranza de 1996). O goleiro Júlio César, atualmente no Red Bull Brasil, está igualado a Cássio no ranking corintiano, mas só atuou em cinco campanhas e viu o restante do banco de reservas.

As atenções do Corinthians agora se voltam para o segundo e decisivo jogo com a Chapecoense, pela Copa do Brasil, na quarta-feira, em casa. O primeiro confronto acabou em 1 a 0 para o adversário.

Cuca cita orgulho e evolução da equipe na etapa final da competição

Apesar da derrota por 2 a 1 na decisão do Campeonato Paulista na tarde de ontem, o técnico Cuca disse que está orgulhoso da atuação do São Paulo. Ele avaliou que seus comandados não foram inferiores ao Corinthians, só não contaram com a sorte do rival.

“No segundo tempo, se você notar, o próprio Corinthians estava conformado com o empate. Fomos pegos em contra-ataque, aos 44 minutos. Coisas que, com esse time, não vai acontecer novamente no futuro”, disse o treinador em coletiva de imprensa. “Nós estávamos postados no campo de ataque. Se estivéssemos em uma retranca ferrenha talvez não tomaríamos o gol.”

A ideia de Cuca é esperar o desânimo passar para focar na continuidade da temporada. “O São paulo fez grande final de campeonato. Temos de pegar o melhor que vimos até agora para nos levantarmos bem para o Campeonato Brasileiro já no próximo fim de semana (sábado, às 16h, contra o Botafogo, no Morumbi).”

Sobre o fato de a equipe ‘sumir’ para o vestiário logo após o apito final e não ficar em campo para receber o troféu de vice-campeão, o técnico comentou que o grupo não sabia sobre o protocolo. “Não foi desrespeito, mas o clima não era dos melhores.” 




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