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Transferência de alunos da rede estadual revolta pais

Estudantes de Ribeirão foram remanejados para Rio Grande da Serra; distância ultrapassa os dois quilômetros previstos em lei

Por Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
25/01/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Pais de alunos da rede estadual de Ribeirão Pires denunciam mudança no sistema de georreferenciamento do governo estadual, que transferiu 30 crianças que estudam no município para unidade em Rio Grande da Serra. A medida deixou os responsáveis insatisfeitos e eles pedem para que o remanejamento seja revisto pelo Estado.

Embora o sistema do governo realize a distribuição de alunos de acordo com a distância da residência até a escola mais próxima – até dois quilômetros –, o percurso entre a instituição atual onde crianças estudam, a EE Vila Marquesa de Santos, na Vila Marquesa, onde a maior parte dos alunos reside, até a EE Padre Giuseppe Pisoni, na Vila Lopes, em Rio Grande da Serra, é de 2.200 quilômetros, ou seja, 200 metros a mais do que o perímetro determinado pelo Estado.

Além da distância, os pais reclamam da necessidade de deslocamento até a escola de ônibus a partir de agora e a separação de irmãos, já que pelo menos dez alunos têm seus familiares na EE Professora Ruth Neves Sant''Anna, no Centro Alto de Ribeirão Pires, escola que os responsáveis querem que seja referência para os alunos. Conforme eles, há pelo menos 20 anos a migração de alunos era automaticamente feita para esta unidade.

Desempregada, Cristiane Alvez Colucci, 38 anos, têm receio de que sua filha vá sozinha até o município vizinho. Além de solicitar que Rafaella, 11, seja transferida para unidade do Centro Alto, também pediu viabilidade de matrícula em escola da região central de Ribeirão Pires, já que mudou de bairro. “A escola de Rio Grande da Serra é aberta e abandonada. Fora que na frente há uma pracinha que é conhecida pela presença do tráfico de drogas. Como é que deixo uma menina de 11 anos sozinha neste lugar?”, questiona.

Cristiane ressalta que não há condução ofertada pelo Estado para o trajeto entre municípios e que a filha teria de utilizar dois ônibus até a nova unidade, tendo em vista que a distância de sua casa atual fica há quase cinco quilômetros da EE Padre Giuseppe Pisoni.

A dona de casa Maria Madalena de Jesus Gonçalves, 46, também luta para conseguir vaga na EE Ruth Neves. “A educação diz que temos de ir no conselho tutelar para mediar essa solicitação. No conselho disseram que tinha de ir na delegacia de ensino. Fica um jogo de empurra.”

As 30 mães chegaram a pedir para a diretora da EE Ruth Neves abrir sala extra para a turma do 6º ano do ensino fundamental. “A diretora já disse que conseguiu 30 vagas e está aguardando autorização do Estado”, afirmou a desempregada Camila Freitas de Lima, 30.

Diretoria de ensino afirma que alteração foi conforme a lei

Questionada por meio da assessoria de imprensa, a diretoria regional de ensino de Mauá justificou que a matrícula dos alunos apontados foi feita nas unidades mais próximas aos endereços de residência, conforme prevê a lei.

Em nota, a Secretaria de Educação do Estado afirmou que “ainda assim, a transferência para escolas mais distantes, por preferência dos pais, pode ser solicitada na diretoria de ensino e será atendida sempre que houver vaga”.

A pasta se colocou à disposição dos pais para a retirada de dúvidas e esclarecimentos quanto ao remanejamento dos alunos. 




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