Nos três últimos meses em que esteve à frente do Palácio dos Bandeirantes, o ex-governador do Estado Márcio França (PSB) autorizou aporte extra de R$ 94,5 milhões à Metra. O pagamento, feito no apagar das luzes da gestão, às vésperas da transição de governo, ocorreu após pedido de reequilíbrio econômico feito pela própria concessionária, responsável pela operação do Corredor ABD – que liga Jabaquara a São Mateus, na Capital, passando por Santo André, São Bernardo e Diadema. A data do protocolo do pleito não foi confirmada, mas extraoficialmente se fala no segundo semestre de 2018.

Custeado pelos cofres públicos do Estado, o montante, conforme apurado pelo Diário, foi autorizado para pagamento de despesas com manutenção do sistema de transporte coletivo, não previstas no contrato com a operadora, assinado em 1997 – essa foi a primeira concessão de transportes do País obedecendo à Constituição e à Lei 8.666/93, que norteia os processos de licitações.

Na lista de investimentos e despesas quitadas com o aporte financeiro, segundo pedido da concessionária, estão substituição de equipamentos e a manutenção de toda a parte elétrica da rede de trólebus. A perda de usuários, que tem provocado prejuízos às contas do sistema, conforme apurado pela equipe de reportagem, teria sido outro fator citado pela concessionária no pedido de aporte extra ao Estado. A estimativa é a de que 320 mil passageiros circulem por dia pelo corredor operado pela Metra.

Parcela do valor empenhado por França foi utilizada pela Metra na comercialização do Vale-Transporte. Relatório emitido pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) aponta que em 2018 o volume de bilhetes do Cartão BOM cresceu 12,35%, passando de 5,9 milhões para 6,6 milhões.

Procurada pelo Diário para comentar o pedido de aporte extra, a Metra não retornou aos contatos até o fechamento desta edição. O governo do Estado, chefiado agora por João Doria (PSDB), também não se manifestou sobre o assunto.

MUDANÇAS

Responsável por fiscalizar o serviço da Metra, a EMTU oficializou ontem o engenheiro civil Marco Antonio Assalve, 64 anos, como presidente. Ele, que substitui Theodoro de Almeida Pupo Junior, tem em seu currículo passagens pela SPTrans (São Paulo Transportes) e Artesp (Agência Reguladora de Transporte do Estado de São Paulo). A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) também tem novo comando, Pedro Moro.ando, Pedro Moro.