Uma pessoa morre a cada dez horas no Grande ABC. Esse foi o índice registrado em janeiro, quando as sete cidades da região somaram 73 homicídios, segundo números extra-oficiais ainda não divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública. Comparado com os números registrados em janeiro do ano passado (97 assassinatos), observa-se uma queda de 25%. Com relação ao mesmo período de 2000, quando ocorreram 67 homicídios, houve aumento de 9%.

A oscilação no número de homicídios registrados nos meses de janeiro dos últimos três anos não reflete, porém, a tendência de queda verificada nos 12 meses de 2000, em comparação com 2001.

Segundo especialistas, os índices de uma das modalidades de crime mais preocupantes, o homicídio, ainda são elevados na região. “Excluindo São Caetano e Rio Grande da Serra, as demais possuem índices bastante significativos e preocupantes, que precisam ser reduzidos urgentemente”, disse o coordenador do Instituto Fernand Braudel, o coronel reformado José Vicente da Silva.

Em números absolutos de homicídios, São Bernardo foi a cidade da região onde mais se matou. Em janeiro de 2002, as delegacias de polícia do município registraram 25 boletins de ocorrência sobre homicídio doloso (cometido com intenção de matar), enquanto em Rio Grande da Serra não houve esse tipo de crime. Diadema aparece na vice-liderança, com 18 mortes. Mauá, com 14; Santo André, com dez; e Ribeirão Pires e São Caetano, com três cada, fecham a lista de 73 assassinatos.

No entanto, se se comparar o número de mortes com o de habitantes de cada uma das sete cidades, trocam-se as posições na classificação em função da taxa do número de homicídios por 100 mil habitantes, valor mundialmente considerado para o tipo de medição.

Diadema, então, passa a ter o maior índice. A população de mais de 356 mil habitantes, diante dos 18 assassinatos de janeiro de 2002, alcança um índice aproximado de cinco mortes por 100 mil habitantes. São Bernardo, com mais de 703 mil moradores e 25 mortos no mesmo período, tem um índice aproximado de 3,5 homicídios por 100 mil habitantes. Mauá, que aparece na terceira colocação em números absolutos, proporcionalmente supera São Bernardo. Os 14 assassinatos registrados em janeiro deste ano representam um índice de 3,8 mortes por 100 mil habitantes, já que sua população é de mais de 363 mil pessoas.

Em janeiro do ano passado, os 97 homicídios foram subdivididos da seguinte forma: 28 em São Bernardo, 23 em Santo André, o mesmo número para Mauá, 21 em Diadema, um em São Caetano e outro em Rio Grande da Serra. Ribeirão não registrou nenhum caso.

No ano anterior, o município de São Bernardo teve 20 assassinatos, Diadema 19, Santo André 16, São Caetano quatro, Mauá e Rio Grande três cada e Ribeirão, apenas dois, totalizando 67 casos.