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Casa da Gestante acolhe mulheres em S.Bernardo

Serviço, instalado no HMU, no Rudge Ramos, dá suporte a munícipes com gravidez de risco

Por Bianca Barbosa
Especial para o Diário
24/09/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Perseverança é a palavra certa para definir a estudante de Direito Kelly Simon, 32 anos. Moradora de São Bernardo, ela está na quinta tentativa de dar à luz. Depois de quatro abortos espontâneos, hoje ela ostenta confiante ''''''''barrigão'''''''' de 26 semanas – 6 meses de gestação. A caminhada em busca do sonho de se tornar mãe é trilhada ao lado dos profissionais da Casa da Gestante, Bebê e Puérpera, unidade de internação do HMU (Hospital Municipal Universitário), no Rudge Ramos, em São Bernardo, onde ela está internada.

“A emoção vai ser enorme”, acredita a estudante sobre o momento da chegada da pequena Alicia. Kelly descobriu há sete anos que tem diabetes tipo 1, doença de origem genética e crônica. Conforme as médicas que a acompanham, as complicações em consequência da enfermidade foram responsáveis pelos abortos. “Desta vez estou bem cuidada. Cheguei aqui na casa antes mesmo de ter barriga”, contou.

Kelly revela que quando descobriu a gravidez, aceitou, mas a impressão é que a ficha ainda não caiu. “Não tenho pressa. Aprendi que não adianta querer apressar o tempo, tudo acontece no momento certo. Espero que ela nasça o mais saudável possível, né filha?”, indagou para a barriga, emocionada. “Sendo bem sincera, coloquei nas mãos de Deus. Porque é uma vitória na minha vida, estou com mais de 30 anos, quinta vez grávida, sofri outras vezes, vai demorar para eu entender que é real, não é só um sonho.”

MUDANÇAS
Embora essa não seja a primeira vez que Kelly fica internada na casa – permaneceu por período curto no local em 2014 –, a estudante revela ter notado diferença no ambiente. “Dá para ver que o clima e o local são totalmente diferentes da área hospitalar. A gente sabe que está no hospital, mas se sente em casa.” A percepção dela tem sentido. A Casa da Gestante passou por reforma há um ano. Além da substituição das camas hospitalares por itens comuns – são dez leitos no total –, o mobiliário foi trocado e os problemas estruturais foram resolvidos.

Depois das melhorias, o local teve aumento da demanda – atende, em média, 70 gestantes a mais do que no ano passado – foram 546 atendimentos nos últimos 12 meses. “Aqui a parte mais forte é a equipe multidisciplinar. A gente trabalha com terapia ocupacional, psicólogas, assistente social, dentista e nutricionista”, destaca a médica diarista da patologia obstétrica, Roberta Kronemberger Santos, que também está grávida e trabalha na casa desde 2012.

A unidade de internação, embora esteja no HMU, pretende ser lugar aconchegante. Além de ambiente clean, o companheirismo prevalece no local. Segundo Roberta, tudo é partilhado. “Elas (gestantes) chegam aqui e observam que tem mais gente enfrentando as mesmas dificuldades. Quando uma consegue e a outra também, é um estimulo, conforta.” 




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