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Corte de Roma confirma condenação de militares argentinos
Da AFP
19/06/2007 | 15:41
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O Tribunal Penal de Roma confirmou a sentença de prisão perpétua pronunciada contra cinco militares argentinos pela morte de três ítalo-argentinos durante a ditadura militar (1976-1983), na Argentina, informaram fontes judiciais, nesta terça-feira.

Os militares argentinos foram condenados à revelia em 14 de março de 2007. Trata-se do ex-capitão Alfredo Astiz, conhecido como o "Anjo louro da morte", os capitães de fragata Jorge Eduardo Acosta e Raúl Vildoza, o contra-almirante Antonio Vanek e o prefeito naval Hector Antonio Febres.

Os cinco militares, que atuavam no centro clandestino de detenção de tortura da Esma (Escola de Mecânia da Armada), em Buenos Aires, foram condenados pelo assassinato de Angela Maria Aieta (mãe do líder da Juventude Peronista Danto Gullo), seqüestrada em 5 de agosto de 1976, de Giovanni Pegoraro e de sua filha Susana, ambos capturados em 18 de junho de 1977.

Segundo o juiz Mario D'Andria, que pronunciou a sentença, "a responsabilidade dos acusados foi amplamente demonstrada".

Para D'Andria, que também presidiu, há sete anos, em Roma, o primeiro julgamento contra sete militares argentinos pelo desaparecimento de oito cidadãos ítalo-argentinos durante a ditadura, "foi arquitetado o mais trágico genocídio da história argentina".

Segundo o magistrado, "os episódios descritos não foram o resultado de excessos de elementos enlouquecidos das forças armadas, mas corresponderam à aplicação de um plano cuidadosamente arquitetado muito antes do golpe militar".

A sentença de 96 páginas será distribuída em algumas escolas italianas como texto de leitura para os estudantes, anunciou o presidente da província de Roma, Enrico Gasbarra.

"É uma sentença pedagógica porque cada depoimento serve de exemplo da dor e do sofrimento que abalaram o povo argentino. É um texto claro, que respeita todas as pessoas que passaram pelas salas de audiência de Roma para contar seu próprio drama", afirmou Jorge Iturburu, dirigente de uma organização ítalo-argentina de defesa dos direitos humanos.




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