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Projeto de alça do Rodoanel em Ribeirão terá de ser refeito

Documento, orçado em R$ 4,3 mi, precisa de atualização, tendo em vista mudanças desde anúncio da obra

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
31/08/2018 | 07:00
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Celso Luiz


 Dois anos após autorizar a construção de alça de acesso no Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas na divisa entre Ribeirão Pires e Suzano, o governo do Estado anunciou, nesta semana, o engavetamento temporário da obra. Isso porque será necessária a realização de novo projeto executivo – estudo detalhado sobre as intervenções previstas no local –, tendo em vista a desatualização do documento elaborado há sete anos, ao custo de R$ 4,3 milhões.

O viário, cuja construção deveria ter começado neste semestre, segue, agora, sem qualquer previsão de sair do papel. Orçada em R$ 160 milhões, a construção da alça viária consiste em complexo composto por duas pistas (uma em cada sentido), com duas faixas de rolamento cada, com cerca de 2,4 quilômetros de extensão, seis viadutos e um quilômetro de vias marginais.

Dois viadutos serão erguidos no entroncamento dos trechos Sul e Leste do Rodoanel, na altura do km 104, em Suzano, próximo à divisa com Ribeirão Pires. Outros dois elevados vão ser erguidos para transpor a Estrada do Moreira e os dois últimos, na Estrada dos Fernandes. Estima-se geração de 900 empregos diretos durante a intervenção.

Discutido desde 2011 como uma forma de impulsionar a economia de municípios como Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Suzano, o projeto, segundo a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), deverá passar, nos próximos meses, por processo de revisão. Isso porque o local onde o elevado será construído apresenta “novas condições, inclusive de urbanização”. O projeto deverá verificar as atuais necessidades dos motoristas que trafegam pela Estrada dos Fernandes, na divisa entre Ribeirão Pires e Suzano, onde a alça será erguida.

Procedimento que lesa o bolso do contribuinte, revisões de projetos têm sido cada vez mais comuns no País, ressalta a coordenadora de Desenvolvimento de Transporte da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Fernanda Rezende. “São obras que foram planejadas para uma determinada realidade e hoje, com atrasos constantes dessas obras de Mobilidade Urbana, podem ser entregues já não suprindo o aumento de moradores que necessitam do serviço”, destacou a especialista.

De acordo com a Artesp, feitas as revisões e as adequações necessárias no projeto, a concessionária SPMar poderá seguir com as aprovações dos projetos funcional e executivo, verificando as desapropriações que serão incluídas, inclusive a revisão do licenciamento ambiental conforme necessário. O órgão, no entanto, não cita prazos para concluir este processo. “O cronograma será definido depois da realização destas discussões e avaliações. Com a revisão dos projetos, outros detalhes da obra serão divulgados oportunamente”, observou, em nota, a Artesp.

No fim do ano passado, o especialista em políticas públicas da FGV/Eaesp, Alexandre Akio Motonaga, já havia alertado sobre os prejuízos causados com os impasses para o início da obra. “Com o atraso, o resultado é um só: perda de investidores e dificuldades orçamentárias”, avaliou.

Na segunda-feira, estudo divulgado pela CNT mostrou que dez de 14 projetos avaliados como prioritários para que municípios da região tenham um sistema de transporte moderno e livre de problemas estão engavetados, alguns deles discutidos há pelo menos cinco anos.

 




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